CNI quer políticas públicas para implantar modelos de indústria 4.0

579

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou estudo nesta semana com propostas de medidas que poderiam ser adotadas pelo Poder Público para apoiar a adaptação de empresas ao modelo que vem sendo chamado de indústria 4.0.

O termo passou a ser utilizado nos últimos anos para designar a integração de diversos tipos de tecnologias no processo produtivo. Entre elas estão a chamada internet das coisas; a coleta e o processamento de dados em larga escala – conhecidos internacionalmente como Big Data; a impressão 3D; a robótica avançada e a inteligência artificial.

Segundo a confederação, mais da metade dos segmentos industriais no Brasil ainda está pouco adaptada a esse novo paradigma. O documento elaborado pela entidade aponta recomendações para impulsionar esse processo.

Uma delas é a criação de um “Programa Nacional para Elaboração e Implementação de Plano Empresarial Estratégico de Digitalização”. Essa ação envolveria diferentes órgãos para auxiliar empresas a elaborar plano com um diagnóstico sobre as necessidades de digitalização de suas plantas produtivas e as estratégias e investimentos necessários para executar essa migração.

“Ainda existe um desconhecimento sobre as tecnologias digitais. É importante que a empresa consiga visualizar quais têm maior impacto e consigam ver o custo-benefício disso. E com base nisso, poderiam buscar apoio para implementação das tecnologias”, explicou João Emílio Gonçalves, diretor-executivo de Política Industrial da CNI.

Implantação – Identificadas as demandas, a fase seguinte é a de implementação do plano. Isso envolve a coordenação da compra e instalação das soluções tecnológicas, bem como sua integração na linha de produção de cada empresa. Esse trabalho é feito pelo que a CNI chama de “empresas integradoras”.

“Agora se propõe o foco nas empresas integradoras porque podem se constituir no mecanismo de transmissão das inovações das tecnologias da Indústria 4.0”, diz o documento. O estudo recomenda a destinação de recursos às empresas, como para a capacitação de técnicos e gestores. As verbas poderiam ser disponibilizadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa (Finep).

Compras governamentais – Outra forma de estimular a disseminação de tecnologias digitais na indústria seria aproveitar processos de compras das instituições públicas para estabelecer exigências que favorecessem soluções técnicas.

“A ideia é que, ao gerar demanda para aplicação em outros campos econômicos que não a atividade industrial, o governo apoiaria a construção de capacitação técnica, que poderia também gerar soluções para a indústria brasileira”, sugere o estudo da CNI.

A entidade cita como áreas que poderiam adquirir tecnologias relacionadas ao modelo de Indústria 4.0 as de transporte, segurança pública, energia e saúde. Neste último, a adoção de soluções de inteligência artificial poderia, por exemplo, contribuir tanto na elaboração de diagnósticos quanto no desenvolvimento de novas drogas.

(Agência Brasil)

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui