O que será o amanhã?

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Nem adianta tentar prever alguma coisa

  • JOÃO CONRADO
  • conrado1959@gmail.com

No momento em que este artigo está sendo escrito ainda não se pode cravar quem será o próximo presidente brasileiro. E nem adianta tentar prever alguma coisa a partir das pesquisas que vêm sendo divulgadas por este ou aquele candidato. Em qualquer uma delas, ganha quem encomendou a pesquisa, o que leva a crer que na falência total dos institutos que divulgam resultados ao sabor do argent, do money ou, em bom português, do dinheiro desembolsado.

Não é essa exatamente a questão que motiva este artigo. Os institutos de pesquisa, cedo ou tarde, irão prestar contas das suas obrigações éticas. O que, de fato, se esconde por trás deste texto é o futuro que queremos legar às próximas gerações. Nós, os eleitores de agora, somos os únicos responsáveis pelo Brasil que os nossos filhos, netos e seus descentes irão viver. Está as nossas mãos legar a eles um país de direita ou de esquerda, já que não temos outras opções.

Tudo isso é preocupante porque, qualquer que seja o resultado, as perspectivas são, para dizer o mínimo, algo entre o sombrio e a catástrofe. Os dois lados se acusam mutuamente de flertar com o autoritarismo e, se isso se confirmar, se for realmente verdade, poderemos ser uma ditadura militar ou uma ditadura terceiro-mundista com viés comunista. Cabe a nós decidir qual das duas ditaduras seria menos nefasta e votar nela.

Se a nossa decisão for balizada pelo discurso de palanque, temos de um lado um candidato apegado a milícias e do outro lado um candidato que sobe aos morros cariocas e se associa com o tráfico de drogas. Um candidato envolvido com rachadinhas e compra de imóveis com dinheiro vivo ou um candidato que já foi até preso por envolvimento no maior esquema de corrupção do planeta. Dá calafrios pensar nessas hipóteses como as únicas cartas que temos nas mãos para deixar para a garotada que vem aí, não é verdade?

Ainda nesse clima de polarização, de um lado um candidato que pretende privatizar as estatais, diminuir o tamanho do estado e, dessa forma, vender a riqueza dos brasileiros. Do outro lado um candidato que quer manter essas estatais porque, segundo ele, são lucrativas e instrumento de política econômica, mas que só serviu até agora para fins não tão nobres. Ninguém sabe notícia de nenhum brasileiro que tenha tido algum benefício dessa riqueza, exceto alguns poucos felizardos em situações pouco republicanas.

Felizmente, boa parte dessa argumentação é mera retórica de campanha e não vai se realizar porque o país possui instituições fortes e capazes de administrar o sistema que vai mitigar esses riscos. Mas existe uma outra parte que não é simples narrativa e nem exagero de candidato e que, verdadeiramente, pode vir a acontecer simplesmente porque já aconteceu e ninguém viu nada até a farofa ser espalhada no ventilador. O risco é real e requer muita atenção do eleitor, porque a qualquer descuido a vaca vai bem depressa para o brejo.

Nas atuais condições econômicas mundiais, o Brasil possui pode assumir papel relevante simplesmente porque o mundo está crescendo, demandando cada vez mais alimentos e isso joga todos os holofotes sobre nós. Temos condições de assumir a condição de provedor da humanidade, mas, para que isso se torne real, é preciso que tenhamos um governo antenado com esse cenário que não demora muito a se concretizar.

Se assim é, vai depender apenas do nosso voto neste segundo turno. Precisamos preparar o país para assumir o papel para o qual está designado e que dele não poderá fugir. Vai depender das políticas públicas e da vontade de fazer acontecer para que o desenvolvimento seja, enfim, uma realidade. Somente assim vamos acabar com a pobreza, com a desigualdade e com os alarmantes indicadores de iniquidade social. Precisamos escolher aquele presidente que vai liderar esse processo de transição e não aquele que acredita que pobreza de combate com auxílios e bolsas que nada acrescentam à dignidade do ser humano. Votem conscientes de que estarão pavimentando o futuro dos seus entes queridos.

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