AQUILES EMIR
Apesar de o Sampaio estar numa situação bem mais confortável que o Moto Clube na tabela de classificação da Série C do Campeonato Brasileiro (o primeiro já classificado e o segundo ameaçado de rebaixamento), os dois clubes estão praticamente empatados em situação financeira e ambos deverão fechar o ano no vermelho, caso não consigam receita extra até dezembro.
De acordo com o presidente do Sampaio, deputado Sérgio Frota (PSDB), em entrevista à Rádio Assembleia nesta quinta-feira (31), a sua situação é menos dramática do que a do rival porque ele, no início do ano, “dei uma de doido e pedi um empréstimo de R$ 700 mil para formar um time competitivo” (leia blog Conversa Franca – www.aquilesemir.com.br). Para ele, o grande problema é que os patrocínios e as rendas das partidas não compensam as despesas e com certeza não vão dar volume para quitar esse débito integralmente.
Segundo ranking da CBF, o Sampaio é o quinto time em público na Série C, com uma média de 4.977 torcedores por partida, o que lhe rendeu ao longo da competição, uma receita bruta de R$ 585 mil. Desse volume, ele estima que o clube tenha ficado com pouco mais de R$ 40 mil, já que as despesas de arena são altas.
Outra fonte de receita do clube é o Sócio Torcedor, que dos 3.651 inscritos, apenas 908 estão ativos, o que dá uma renda de cerca de R$ 16,7 mil, o que dá apenas para cobrir o custeio (água, energia, telefone, empregados etc).
O presidente do Moto, Célio Sérgio, diz que sua situação é mais grave porque está com três meses de atraso na folha de pagamento dos atletas. Ele diz que se houvesse uma média de 8 mil torcedores por partida, a renda cobriria toda a folha, mas de acordo com o ranking da CBF a sua média de público é de 2.516.
Nas 16 partidas disputadas, o clube apurou cerca de R$ 371 mil, mas o líquido foi bem mais que o do Sampaio porque não utiliza toda estrutura do Castelão, apenas os setores 1 e de cadeiras cobertas. Célio também reclama do custo de arena, pois se a renda for inferior a R$ 30 mil não paga nem as despesas de uma partida. Para fechar o balanço, o Moto terá de recorrer a doações de sócios e outros simpatizantes.
Quanto ao sócio torcedor, diz que tem cerca de 800 ativos que lhe proporcionam uma receita mensal de R$ 10 mil, o suficiente para cobrir as despesas operacionais. Os dois presidentes dizem que só há uma saída para os clubes, o Governo do Estado facilitar a captação de patrocínio pela Lei de Incentivo ao Esporte e à Cultura, o que não se deu este ano.
Veja o ranking de público e renda dos clubes da Série C
CLUBE | MÉDIA DE PAGANTES | OCUPAÇÃO MÉDIA | RENDA BRUTA/R$ | TIKET MÉDIO/R$ |
Remo | 9.773 | 23% | 1.864.270 | 23,00 |
Fortaleza | 9.293 | 24% | 777.069 | 10,00 |
Botafogo PB | 7.434 | 37% | 1.074.283 | 18,00 |
CSA | 6.993 | 39% | 953.374 | 17,00 |
Sampaio | 4.977 | 13% | 585.039 | 14,00 |
Joinville | 4.019 | 17% | 630.795 | 19,00 |
Confiança | 4.019 | 17% | 630.795
| 19,00 |
Botafogo SP | 3.125 | 12% | 408.515 | 16,00 |
Moto Club | 2.516 | 12% | 371.724 | 18,00 |
São Bento | 1.425 | 10% | 188.765 | 16,00 |
Salgueiro | 1.359 | 13% | 41.296 | 3,00 |
ASA | 1.012 | 10% | 79.322 | 11,00 |
V. Redonda | 785 | 4% | 60.705 | 9,00 |
Ypiranga | 685 | 2% | 147.160 | 26,00 |
Bragantino | 534 | 3% | 40.380 | 9,00 |
Cuiabá | 503 | 1% | 58.770 | 14,00 |
Tombense | 493 | 16% | 52.690 | 13,00 |
Tupi | 459 | 4% | 73.127 | 19,00 |
Macaé | 377 | 2% | 32.020 | 12,00 |
Mogi Mirim | 150 | 1% | 17.745 | 14,00 |