Conab publica estudo sobre plantio de arroz em municípios maranhenses

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicou estudo sobre as perspectivas de crescimento da produção de arroz no Maranhão. De acordo com o estudo, a produção do grão irrigada tende a aumentar e contribuir para um maior desempenho das lavouras dessa cultura, mas observa que nos municípios de Vitória do Mearim e Arari alguns produtores estão mudando de atividade devido as dificuldades para desenvolver seus plantios e à baixa rentabilidade.

Foram analisados os desempenhos da produção nos municípios de Arari, Araioses, Monção, São Mateus, Pindaré, Viana e Vitória do Mearim.

Veja as conclusões do estudo:

A produção de arroz no Maranhão atinge 517,8 mil toneladas, de acordo com a estimativa de produção da Conab no seu 4º Acompanhamento da Safra 2015/2016. Ocorreu aproximadamente 26% de redução quando comparada com a safra 2003/04. A explicação dessa situação se deve à diminuição da área plantada (27%) e da produtividade (2,94%). Com relação à produtividade, observa-se que a oscilação nos últimos anos se deve aos sistemas de plantio, das diferenças tecnológicas e dos problemas agrometeorológicos.

O plantio de arroz no estado do Maranhão ocorre por meio de dois ecossistemas propícios para a sua produção: várzea e terras altas. De forma geral, as lavouras de arroz, quando irrigada, dispõem de áreas grandes, sendo que quanto maior a área, maior é a utilização de tecnologia. QuanTo a várzea, a tendência é que as áreas e a tecnificação sofram redução. Praticamente todo o arroz plantado nos municípios listados a seguir é beneficiado em usina localizada no município de Itapecuru Mirim.

No ecossistema de várzea, existe o sistema de cultivo com irrigação controlada, denominado arroz irrigado, e o cultivo sem irrigação controlada, denominado várzea úmida. No primeiro, a cultura é irrigada por inundação contínua e controlada, com a formação e a manutenção de lâmina de água até a maturação do arroz. É o sistema adotado nos municípios de Arari, Viana e Vitória do Mearim, localizados na Baixada Maranhense. Quanto à modalidade sem irrigação controlada, caracteriza-se pelo plantio do arroz em áreas de baixadas, no qual a água da chuva e da enchente dos rios ou de afloramento natural do lençol freático são as fontes de água para o desenvolvimento das plantas.

Nos municípios de Arari e Vitória do Mearim, as lavouras são contínuas, como se fossem de apenas um município. Lá predominam os investimentos de grandes produtores, com áreas acima de 1.000ha, que utilizam tecnologia de ponta com controle de altura de lâmina d’água sobre o solo, sistematização de áreas a laser, utilização de aviões agrícolas para manejo, dentre outros. Não se observa o aumento de áreas de plantio devido às dificuldades de manuseio adequado a cultura, além de baixa rentabilidade alegada por alguns produtores. Parte destes está  aos poucos mudando para outras atividades econômicas, das quais a piscicultura é a principal delas. Não há informações sobre a indústria de beneficiamento nesses municípios.

Em São Mateus do Maranhão, predominam as lavouras com áreas entre 100ha e 1.200ha, bem como áreas pontuais de 30ha a 50ha. O nível de tecnologia empregado é bom, porém deixa a desejar no controle da lâmina d’água. A água utilizada é quase sempre pluvial, que perdura tempo suficiente sobre o solo, uma vez que ele é bem pesado e que o lençol freático está próximo à superfície devido a localização das áreas às margens do rio Mearim.

 

Um dos efeitos dessa expectativa de expansão é a implantação de concessionária de máquinas e implementos agrícolas no município. Em relação às usinas beneficiadoras, existem poucas e são pequenas, com porte de agricultura familiar.

Nos municípios de Monção, Pindaré-Mirim e Viana, as características se assemelham, pois são regiões com pequenos e médios produtores, com áreas atingindo até 120ha, com a maioria delas até 5ha (Viana) e 2ha (Monção e Pindaré-Mirim), plantadas em áreas de várzea. No tocante à tecnologia, é praticada a agricultura familiar, com transplante de plântulas, capina, colheita, o manejo como um todo feito de forma manual. Não há expectativa de expansão de áreas, principalmente devido à própria várzea, limitando-se a uma determinada faixa do rio. Não foi possível certificar a existência de usina de beneficiamento nos municípios de Monção e Pindaré-Mirim. No entanto, teve-se conhecimento de quatro indústrias beneficiadoras e empacotadoras em Viana, todas de proprietários locais.

O município de Araioses está passando por redução de área plantada devido às secas que assolaram a região nos últimos anos, consequentemente tornando a água salobra, por conta da proximidade do mar. Os produtores também alegam baixa rentabilidade da atividade. A totalidade de pequenos produtores, na maioria com áreas inferiores a 1ha de área plantada, é a característica do município de Araioses. Cultiva-se apenas arroz de várzea, explorado pela agricultura familiar. Não foi possível coletar informações sobre indústria de beneficiamento de arroz nesse município.

Percebe-se a possibilidade de incremento na área irrigada do estado. Os investimentos na tecnologia permitem à cultura do arroz alcançar níveis de qualidade iguais ou superiores aos obtidos
na região Sul do país. A precariedade de infraestrutura logística e de armazenamento são fatores limitantes que podem, também, explicar a situação atual na produção do arroz.

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