
Dois confrontos entre policiais militares e criminosos deixaram três homens mortos, três presos e quatro feridos na Usina e no Alto da Boa Vista, na Grande Tijuca, na tarde deste sábado (23), no Rio de Janeiro. Um adolescente de 13 anos foi ferido por um tiro, segundo a PM, e encaminhado ao Hospital Souza Aguiar.
A Polícia Civil informou que os criminosos têm ligação com a quadrilha que está na favela da Rocinha, pois a comunidade de São Conrado é ligada pela mata a vários outros bairros do Rio, através do Parque Nacional da Tijuca, área coberta por mata atlântica, com muitas trilhas em seu interior.
Armas – De acordo com a PM, os policiais estavam patrulhando o local quando se depararam com homens fortemente armados, em duas ocorrências distintas. Uma na Usina e outra no Alto da Boa Vista, bairros vizinhos. Pelos menos dois fuzis e uma pistola foram apreendidos.
O cerco da polícia também se estende a outros bairros abrangidos pela Floresta da Tijuca, como Santa Teresa e Morro do Turano. O objetivo é evitar que os criminosos que estão acuados na Rocinha escapem ou que outros traficantes venham dar apoio a eles.
No Morro do Vidigal, favela vizinha perto da Rocinha, cinco homens foram presos hoje à tarde. Com eles, a polícia encontrou dinheiro, drogas, um caderno com anotações do tráfico e cinco rádios de comunicação.
Informações – O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, e o comandante da 1ª Divisão de Exército, general Mauro Sinott, que coordena as operações conjuntas das forças de segurança federais e estaduais, disseram, em entrevista, que contam com a participação dos moradores da Rocinha para receberem informações que possam levar à prisão de traficantes e à localização de armamentos e drogas na comunidade. Para eles, as informações complementam as ações integradas que estão sendo realizadas no Rio de Janeiro.
“Moradores da Rocinha denunciem, denunciem porque a polícia vai checar qualquer informação. Nós queremos devolver a paz, queremos o retorno da tranquilidade”, disse o secretário, acrescentando que, na situação atual em que há o reforço e o trabalho integrado, fica mais fácil verificar qualquer informação.
Ele garantiu que as operações dos agentes estaduais vão continuar na Rocinha por tempo indeterminado. “Como nós somos forças do estado e temos o dever de estar presentes seja com a prevenção, seja com a investigação, a nossa presença é por tempo indeterminado. O tempo que as Forças Armadas puderem ficar, [elas] irão somar, mas essa permanência só o Ministério da Defesa poderia dizer até quando poderá durar. O tempo que puder ficar será muito útil para nós”, explicou.
O coordenador das operações integradas também assegurou que não há, até o momento, limite de tempo para a permanência dos militares na comunidade. “Não temos um prazo para sair. Estamos com bom rendimento na operação e, no momento, não estamos planejando a saída. Poderá ocorrer, mas não está sendo tratada neste momento”, afirmou.
(Agência Brasil com foto de Fernando Frazão/Agência Brasil)