Conselho Regional de Enfermagem pede decretação de lockdown em São Luís

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Presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Carlos Júnior, defende a imediata adoção de lockdown em São Luís

Boa parte de enfermeiros estaria trabalhando sem estar vacinada

O Conselho Regional de Enfermagem do Maranhão (COREN-MA) e o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), diante da transmissão descontrolada na atual fase da pandemia, alertam para a necessidade de um bloqueio total das atividades não essenciais, ou seja, um novo Lockdown em São Luís e outras cidades do Maranhão. O órgão enviou ofícios para a Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão e Prefeitura de São Luís solicitando audiências defender seus argumentos.
A direção do Coren diz que é necessária também a ampliação dos leitos de UTI’s, testagem em massa, aquisição de vacinas, extensão do auxílio emergencial para a população de baixa renda e adoção de medidas econômicas para a manutenção de empregos e apoio às Micro e Pequenas Empresas.
Segundo o presidente do Coren, José Carlos Júnior, os profissionais da Enfermagem, que são os que estão na linha de frente na luta contra a Covid-19, têm passado por momentos delicados, em vários casos pela falta de EPI’s necessários para a assistência.
“Nem todos os profissionais da Enfermagem estão vacinados e colocam a vida em risco com a quantidade crescente de pessoas nos hospitais”, destacou. Apesar do impacto econômico trazido pelo bloqueio das atividades não essenciais, segundo o COFEN, o colapso sanitário também tem repercussões econômicas e pode agravar a crise que se alega evitar.
De acordo com o Consórcio de Veículos de Imprensa, a partir de dados das Secretarias Estaduais de Saúde, o Maranhão é um dos estados que está em alta, tanto em casos de contaminação quanto em número de óbitos em decorrência da Covid-19, com aumento na média móvel em 165%. Já são com 5.344 mortes e 224.369 casos confirmados, sendo que nesta semana alcançamos a quantidade de 35 mortes por dia.
“Se medidas mais rígidas não forem adotadas, a situação ficará humanamente insustentável”, declarou o enf. José Carlos Júnior, presidente do Coren-MA.
Epidemiologista – De acordo com o epidemiologista professor Antonio Augusto Moura (foto), coordenador do Grupo de Modelagem da Covid-19 na UFMA, o primeiro lockdown realizado no Maranhão teve uma adesão de 55% e reduziu a transmissão em 38%. “Nenhum cientista tem dúvidas que o lockdown é eficaz”, destacou.
Segundo ele, “o que estamos vivendo no Brasil é uma desinformação geral”. Para ele, falta uma campanha de comunicação a fim de conscientizar as pessoas sobre o que é doença e como se proteger. “No Brasil se diz até que máscara não funciona, quando é uma das maiores armas contra o contágio”, disse.
O epidemiologista disse ainda que estamos vivendo o pior período da pandemia com a transmissão super acelerada e a lotação dos hospitais. “Mesmo com o aumento dos leitos não conseguiremos acompanhar esse ritmo. Hoje temos jovens e até crianças em fila de espera”, destacou.  Segundo ele, a previsão é que o Brasil tenha o maior número de mortes por Covid-19 no mundo, principalmente pela postura com que nossos líderes tratam o combate à doença.

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