AQUILES EMIR
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (10) à noite o quinto reajuste do mês nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias, mas o consumidor não percebe essas mudanças nos postos quando vai abastecer. Para o presidente do Sindicato dos Combustíveis do Maranhão (Sindcombustíveis), Orlando Santos, pela nova metodologia, vai ser difícil acompanhar a dinâmica, pois ora aumenta ora diminui e não há entre as distribuidoras e os postos a mesma dinâmica de informação entre a refinaria e o distribuidor.
Ele cita como exemplo a operação de sua empresa neste começo de semana quando comprou combustível por um valor e à noite veio o anúncio da redução, ou seja, ele só poderia acompanhar esse preço após receber os produtos com essas reduções, entretanto quando começar a vender um outro anúncio, este reajustando para cima, pode ser feito, isto é, nunca vai ser possível acompanhar.
Segundo Orlando, o grande interesse da Petrobras com essa política é frear as importações, pois da compra ao desembarque, quando a transação é feita lá fora do Brasil, são pelo menos sessenta dias de desembaraço e com essa dinâmica de anúncios diárias ninguém arrisca importar, pois pode perder dinheiro. Segundo ele, o cliente não deve criar muita expectativa sempre que tomar conhecimento dessas mudanças de preço, pois elas dificilmente vão ser repassadas automaticamente, o que pode haver é cada postos adotar sua política, com base no custo de compra e venda e fazer promoções, dentro da lei de mercados.
O presidente do Sindcombustíveis lembra ainda que atualmente a liberdade de preços o consumidor acaba sendo favorecido porque a concorrência leva cada posto a praticar seu preço e cada um abastece onde perceber maior vantagem.
Petrobras – As alterações de preços pela Petrobras em julho foram anunciadas após a empresa divulgar, dia 30 de junho, a revisão da política de preços do diesel e da gasolina comercializados em suas refinarias. Segundo a empresa, era para aumentar a frequência de ajustes nos preços, que passou a vigorar no dia 03 de julho. Com isso, a área técnica de marketing e comercialização da companhia passou a ter competência para fazer ajustes nos preços, a qualquer momento, inclusive diariamente, desde que os reajustes acumulados por produto estejam, na média Brasil, dentro de uma faixa determinada de -7% a 7%, respeitando a margem estabelecida pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP). Reajustes fora desta faixa precisam ser autorizados pelo grupo.
A revisão da política de preços foi determinada após a avaliação do GEMP de que os ajustes que vinham sendo praticados, desde o anúncio da nova política em outubro de 2016, não estavam sendo “suficientes para acompanhar a volatilidade crescente da taxa de câmbio e das cotações de petróleo e derivados, recomendando uma maior frequência nos ajustes”.
Para a companhia, a revisão da política “permitirá maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo e possibilitará a companhia competir de maneira mais ágil e eficiente”.
O reajuste que entrou em vigor nesta terça-feira foi anunciado no site da companhia. Houve reduções em quatro deles, sendo as maiores no dia 1º, quando os preços para a gasolina tiveram redução de 5,9% e os de diesel, de 4,8%. A única alta no período foi no dia 4 de julho, de 1,8% para a gasolina e 2,7% para o diesel.