
O deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS), cotado para assumir o cargo de ministro do Trabalho depois da rejeição ao nome de Pedro Fernandes (PTB-MA), criticou a suposta ingerência do ex-presidente José Sarney (MDB-AP) para que a indicação da bancada petebista não se concretizasse. Segundo reportagem publicada pela Folha de São Paulo nesta quarta-feira (03), ele disse que aceitaria o convite do presidente Michel Temer, mas antes gostaria de conversar com o comando nacional do PTB.
Para Sérgio Moraes, é preciso saber, primeiro, quais são as expectativas do seu partido com a ocupação da pasta. “Eu aceitaria o convite desde que isso fosse resolvido. Não quero ocupar o espaço para ganhar cargos. Eu quero saber quais são as metas e focos da legenda na pasta, para ajudar o país”, disse ele.
Ainda segundo a Folha, Moraes disse que o PTB não deveria ter aceitado a ingerência de José Sarney. Foi o próprio Pedro Fernandes quem divulgou nota na qual atribui ao ex-presidente o veto ao seu nome e por isto desistiu de brigar pelo cargo para não criar embaraços entre o presidente Michel Temer e Sarney.
Sérgio Moraes chegou a ser sondado no final do ano passado para assumir o posto, mas recusou na época. Agora, é citado pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, como o favorito do partido para assumir o cargo. O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, anunciou que a bancada da legenda se reunirá ao fim do recesso parlamentar para fechar um nome que será indicado a Temer.
Polêmicas – Sérgio Moraes é autor de uma polêmica dizer que estava “se lixando para a opinião pública” quando defendeu o ex-deputado federal Edmar Moreira, que ficou conhecido por ter sido dono de um castelo no interior de Minas Gerais. Ele era o relator no Conselho de Ética da Câmara, onde a acusação foi julgada.
Em 2016, ele também criou polêmica ao sair em defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso no rastro da Operação Lava Jato.
A possibilidade de ser indicado tem sido criticada por auxiliares presidenciais, segundo os quais a nomeação de Moraes causaria mais um desgaste ao presidente e ampliaria ainda mais a crise política criada com a recusa a Fernandes.
(Com dados da Folha de São Paulo)