Crise no setor supermercadista maranhense: Maciel fecha mais uma loja, a terceira deste ano

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AQUILES EMIR

Os Supermercados Maciel, segunda maior empresa do gênero em São Luís, desativou neste fim de semana mais uma loja, a terceira este ano. A loja fechada foi a do bairro do Turu, que funcionava na Avenida São Luís Rei de França ao lado da Faculdade Pitágoras, que já vinha dando sinais de fragilidade há meses.

Com esta, passam a ser três as filiais desativadas pela rede este ano, o que faz aumentar as insinuações de que a empresa estaria num processo de extinção, já que, a exemplo de outras do setor, não consegue se manter diante uma concorrência desproporcional exercida por quem conta com generosos benefícios fiscais do Governo do Estado.

Apesar da crise por que passa o setor supermercadista, pois, além da Maciel, a Rede Carone também foi transformada numa franquia da bandeira Camiños, pertencente ao Grupo Mateus, a Rede Bom Preço também já desativou cinco lojas, a Associação Maranhense de Supermercados (Amasp), presidido pelo empresário Ilson Mateus, não se pronuncia sobre o caso, como se não estivesse havendo nenhuma anormalidade.

Os clientes da loja Maciel do Turu foram informados sobre o seu fechamento por um comunicado deixado na cerca do terreno. Nele, a empresa lamenta os transtornos criados tanto aos consumidores quanto aos funcionários, mas faz um apelo no sentido de que seja mantida a confiança nos seus serviços, prestados ainda nos bairros do Anil, Bequimão, Cohama, Cohajap, Cohatrac, Calhau e Maiobão.

Consultado sobre quantos empregos já foram desativados desde o início das desativações na rede, o Sindicato dos Comerciários disse que não tem informações, porque, após a reforma trabalhista, as negociações deixaram de ser feitas no sindicato, e passaram a ser na empresa ou no Delegacia do Trabalho. Pelas estimativas do órgão, levando em conta que cada loja de supermercado chega a empregar até 200 pessoas, pode-se estimar que são pelo menos 450 desempregados.

Na empresa ninguém se pronuncia sobre a crise que vem atravessando, mas analistas do setor dizem que não restará outra alternativa ao empresário Raimundo Maciel, diante do desabastecimento cada vez maior e fuga de clientes, que não seja a entrega dos seus pontos ao maior concorrente. Ilson Mateus nega que esteja em negociação neste sentido, porém as especulações são fortes, principalmente depois de ter arrendado a central de distribuição de Maciel, no Distrito Industrial.

Empresários do ramo supermercadista dizem que a situação das empresas ficou muito complicada depois do benefício fiscal dado pelo Governo do Estado ao Grupo Mateus, que paga apenas 2% de ICMS, por ter construído uma Central de Distribuição em São Luís com a promessa de gerar 500 empregos diretos, embora tenha sido inaugurada com apenas 300, com a promessa de chegar a 2 mil daqui a quatro anos.

Como suas mercadorias são vendidas a varejistas nas lojas de atacarejo da rede, onde atende tanto pessoas físicas quanto jurídicas, fica difícil competir. Detentor da representação das principais marcas, ele vem ditando preços para a concorrência e vende a ela quase pelo mesmo valor que entrega ao consumidor final. O imposto destas é de 18%.

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