Delegado é taxativo ao afirmar que os crimes investigados na Saúde são do governo atual

2947

Os crimes investigados ocorreram a partir de janeiro de 2015

AQUILES EMIR

O delegado da Polícia Federal Wedson Cajé Lopes, que coordenou a quinta fase da Operação Sermão dos Peixes, deflagrada nesta quinta-feira (16), que desvendou um novo desvio de dinheiro na Secretaria Estadual da Saúde, foi taxativo: todos os crimes investigados ocorreram a partir de janeiro de 2015, ou seja, no atual governo. Ele fez questão de ressaltar que a PF não age com objetivos políticos, mas descartou qualquer envolvimento da gestão anterior no caso.

Um dos repórteres quis saber qual seria o envolvimento neste caso do ex-secretário Ricardo Murad, que chefiou a SES até janeiro de 2014, e delegado afirmou: “nenhum”.

Uma das pessoas detidas na operação é a ex-secretária adjunta Rosângela Curado (PDT), que foi deputada federal em substituição a Weverton Rocha (líder do seu partido na Câmara Federal) e candidata a prefeita de Imperatriz, numa coligação com o PCdoB, partido do governador Flávio Dino.

Contrariando a nota expedida na manhã desta quinta, pelo Governo do Estado, que disse não haver contratação direta  de sorveteria para prestar serviço de Saúde, pela respectiva secretaria, o delegado disse que o contrato foi firmado pela Assessoria Técnica da SES.

De acordo com o delegado, até janeiro de 2015 a empresa beneficiada era uma sorveteria e foi transformada numa gestora de hospitais, sendo responsável pelo abastecimento de salários para mais de 400 pessoas que não prestavam nenhum serviço na rede estadual de saúde.

Resultado de imagem para rosangela curado

Além de Rosângela Curado (foto), foi preso o assessor técnico do secretário Carlos Lula, que era o responsável pela contratação das empresas de fachada para desviar dinheiro que seriam para a Saúde, bem como uma enfermeira em Imperatriz, que recebia super-salário e distribuía o dinheiro para diversas pessoas que eram alheias aos serviços da SES.

Ao todo foram cumpridos 18 mandados de prisão e 28 mandados de busca e apreensão. A lista só poderá ser divulgada pela Justiça Federal

Na entrevista coletiva, o representante da Controladoria Geral da União (CGU) estranhou o modo como estes desvios continuaram, mesmo depois de quatro operações anteriores.

Pelos cálculos do delegado, foram desviados mais de R$ 18 milhões, sendo que apenas a sorveteria faturou mais de R$ 1,2 milhão. Ele informou ainda que o levantamento do desvio deve aumentar, pois há coisas ocorridas até em 2017.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui