Deputados divergem sobre medidas para atender caminhoneiros

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Deputados divergem sobre eficácia das três medidas provisórias que chegaram ao Congresso, nesta segunda-feira (28), para pôr fim à greve nacional dos caminhoneiros iniciada no dia 21. 

O governo também concordou em zerar alguns tributos que incidem sobre o diesel por 60 dias, com a expectativa de reduzir em R$ 0,46 o preço do litro do combustível. Vice-líder do PSDB, o deputado Izalci Lucas (DF) acredita que as medidas resolvem o problema dos caminhoneiros.

“Nós já tínhamos aprovado essas medidas na quinta-feira. O PSDB apresentou a emenda zerando PIS e Cofins. Evidentemente que a medida provisória consolida melhor, mas acho que, com essas medidas, deve-se encerrar a greve”, afirmou.

Em entrevista coletiva, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, confirmou essa expectativa governista. “Cumprimos tudo o que foi prometido e esperamos agora que os caminhoneiros também cumpram sua parte, retomem a atividade e possam garantir o abastecimento da família brasileira, inclusive de suas próprias famílias”, ressaltou.

Transportes - caminhões - Greve dos caminhoneiros, via Anchieta próximo da entrada para o Rodonel. São Bernardo do Campo (SP).
Estradas bloqueadas em todo País por conta da greve dos caminhoneiros (Roberto Parizotti)Oposição – Já o líder do PCdoB, deputado Orlando Silva (SP), ainda tem dúvidas sobre o real impacto das medidas. “Eu não acredito que seja correto assinar um cheque em branco, sem saber o custo que terá para o próprio governo. Como o governo está na lona, muito fragilizado, o movimento está impondo uma derrota que agora, aparentemente, pode dar saída para a crise. Mas, adiante, a crise pode vir com muito mais força”, ponderou.

Oposição -Já o líder do PCdoB, deputado Orlando Silva (SP), ainda tem dúvidas sobre o real impacto das medidas. “Eu não acredito que seja correto assinar um cheque em branco, sem saber o custo que terá para o próprio governo. Como o governo está na lona, muito fragilizado, o movimento está impondo uma derrota que agora, aparentemente, pode dar saída para a crise. Mas, adiante, a crise pode vir com muito mais força”, ponderou.

O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), afirmou que a solução definitiva só virá a partir da revisão completa da atual política de preços da Petrobras. “Nós tivemos 200 aumentos sucessivos desde o começo do ano: 15 só no último mês. Eles repassam o preço da alta internacional do petróleo e da alta do dólar para o consumidor interno. Essa política de sujeição aos acionistas internacionais da Petrobras é intolerável”, criticou.

Agenda macroeconômica – Vice-líder do Democratas, o deputado Pauderney Avelino (AM) quer a retomada das pautas de crescimento econômico e critica novas ameaças de greve, como a dos petroleiros. “O Brasil não precisa de convulsão. A CUT, que é o sindicato dos petroleiros, tenta tirar uma casquinha nesta crise. O Brasil precisa voltar à normalidade”, disse.

Vice-líder do governo, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) pediu foco na reforma tributária e atenção para evitar que as medidas para redução do preço dos combustíveis levem ao aumento de outros impostos para a população.

“É um ambiente muito difícil, com a população passando do limite de aceitar preços dos combustíveis, preços dos alimentos e uma série de coisas. Do ponto de vista dos caminhoneiros, essas medidas provisórias atendem os pleitos. Mas, do ponto de vista da população, acho que essa crise está só no começo”, alertou.

Ainda em relação às medidas provisórias, alguns deputados alertaram para o risco de questionamentos judiciais quanto a tabelamento de frete e ingerência federal em competências de governadores, como o valor de pedágio em rodovias estaduais, por exemplo.

(Agência Brasil)

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