Duarte Junior tem palavra cassada e ameaça de ser retirado da CPMI ao bater boca com depoente

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Presidente da Conafer é preso após depoimento

O presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso na madrugada desta terça-feira (30), depois de depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Em seu depoimento, ele disse desconhecer a resposta para a maioria das acusações e questionamentos feitos pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e outros deputados.

A Conafer é investigada na fraude do INSS por estar entre as entidades com maior volume de descontos nas mensalidades de aposentados. O relator justificou a convocação de Lopes citando o crescimento “vertiginoso” da arrecadação da entidade, que saltou de R$ 6,6 milhões para mais de R$ 40 milhões, coincidindo com o período de intensificação dos descontos indevidos nos benefícios previdenciários.

Um dos momentos mais tensos foi quando Alfredo Gaspar questionou Lopes sobre um suposto padrão da Conafer de enviar fichas de adesão com assinaturas de pessoas que já haviam morrido, com o número de “ressuscitados” chegando a 2.083 em 2023.

Outro momento tenso foi quando o presidente ameaçou retirar do plenário o vice-presidente, Duarte Júnior (PSB-MA), pois, segundo o presidente Carlos Viana (Pode-MG), estava sendo desrespeitoso com o depoente. Duarte chegou a anunciar a prisão de Lopes, mas teve a palavra cassada.

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“Em 2024, a Conafer foi obrigada pela CGU [Controladoria-Geral da União] a mandar 100 fichas para conferência das regularidades das adesões. O senhor mandou a ficha da dona Maria Rodrigues. Ela já tinha morrido há cinco anos e fez uma assinatura. Esse padrão se repetiu mais de 300 vezes pela Conafer”, afirmou Gaspar. “O Gilberto morreu há 20 anos, mas assinou. É padrão da Conafer ressuscitar mortos para assinatura de descontos associativos?”, questionou.

Carlos Lopes ironizou: “É padrão do INSS ter defunto recebendo benefício? Se o morto tiver recebendo benefício, sim”.

Desconhecimento – Em diversos momentos, o presidente da Conafer disse desconhecer as informações apresentadas. Entre elas, uma movimentação de quase R$ 2 milhões em suas contas em um período de dois meses em 2024.

Ele também declarou não se recordar de uma entrevista em que teria chamado o deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) de “padrinho” da entidade. Também disse desconhecer a compra de aviões por um instituto ligado à Conafer e ainda se sua esposa participou de licitação fraudulenta.

Carlos Lopes discordou da apuração da CGU, que estimou que a entidade arrecadou R$ 800 milhões dos aposentados, alegando que o valor seria de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões.

Oitiva de testemunha. Dep. Alfredo Gaspar (UNIÃO - AL)

Parentes – Em sua fala inicial, Carlos Lopes se defendeu, dizendo ser “avesso a qualquer tipo de corrupção e de fraude”. Segundo ele, a Conafer existe desde 2004 para dar voz ao agricultor familiar, atendendo a 2.950 municípios e pagando mais de R$ 80 milhões em impostos federais. Ele disse ainda que a entidade tem apenas 11% de sua carteira de associados com aposentados.

O relator, no entanto, concentrou-se nas suspeitas de uso da entidade para enriquecimento e ilicitudes e ressaltou que 100% daqueles que foram entrevistados disseram que a Conafer mentiu na autorização.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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