
Até o momento, não há clareza de como chegar ao destino certo

EDILSON BALDEZ *
A situação nacional não está muito boa. A pandemia, mesmo com a chegada da vacina, não está controlada. A economia sofre os danos da crise institucional gerada pelos Poderes. E, até o momento, não há clareza de como chegar ao destino certo. O país está instável, orbitando entre a crise política e o forte impacto da mídia com noticiário do dia a dia, resvalando na economia e causando impactos negativos.
Mesmo atingido pelo forte abalo sísmico o país caminha, ainda que devagar. Entretanto, precisa aumentar a taxa de crescimento para derrubar os entraves que atrapalham a sua rota de expansão. Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria apresentou 25 propostas para acelerar o crescimento econômico e ajudar a consolidar a recuperação econômica. As pautas incluem medidas que podem estimular investimentos para colocar a locomotiva do crescimento na trilha certa. Entre as demandas, destravar as reformas é de vital importância para que possamos voltar a apontar indicadores de melhoria que estimulem a população.
A crise não é só nossa. A Cervejaria Heineken, que opera também no Brasil, anuncia 8 mil demissões nas suas fábricas da Europa, pelo impacto causado pela pandemia com o fechamento de bares e restaurantes no Velho Mundo. A provação sanitária desestabilizou muitos países europeus. Nos Estados Unidos da América, perto de 550 mil pessoas perderam suas vidas e milhões de empregos desapareceram com o encerramento dos negócios.
A economia deve ser construída para longo prazo, almejando equilíbrio financeiro nas contas públicas, atraindo investimentos, expandindo a economia e gerando postos de trabalhos e renda para a população. É necessário acompanhar vigilante esse período difícil que todo o país atravessa. A Receita Federal, assim como o governo estadual, adiaram o pagamento do Simples Nacional, favorecendo micro, pequenos e médios empresários maranhenses. O Palácio do Planalto acena com o retorno do corte de jornada e salários para salvar empregos e empresas.
No Brasil, a atividade industrial representa 20,4% do PIB. Remunera os trabalhadores das fábricas com os melhores salários pagos em todos os setores econômicos. É responsável por arrecadação gigante, contribuindo com 33% dos tributos federais e com 69,2% da participação de bens e serviços exportados. A cada R$ 1,00 produzidos na indústria são projetados R$ 2,63 na economia. No Maranhão, a indústria tem participação de 18,5% do PIB e recolheu R$ 1,2 bilhão em ICMS em 2019, ao estado. É responsável por mais de 80 mil empregos diretos e é mola propulsora da economia local.
Medidas têm que ser tomadas para salvar a pequena mercearia de bairro, as fabriquetas de picolé, doces caseiros e outros artigos que garantem o sustento de milhares de famílias e dos pequenos, médios e grandes empreendimentos que lutam pela sobrevivência. Dados divulgados na imprensa indicam mais de 75 mil empresas fechadas no ano passado, apenas nos setores do comércio, serviços e turismo. Um número alarmante.
Mesmo com a forte crise é preciso ter boa percepção e abraçar oportunidades geradas com a implantação do Centro Espacial de Alcântara, cenário que possibilita o acesso do Maranhão à indústria aeroespacial, um mercado mundial de mais 400 bilhões de dólares. A Space X, empresa americana pertencente ao mesmo grupo fabricante do automóvel elétrico de sucesso global, vai lançar em órbita nos próximo anos, 42 mil satélites Starlink para transmitir internet ultrarrápida diretamente do espaço. Percebam com esse anúncio o fenomenal mercado que se anuncia para o nosso estado.
O Sistema Indústria do Maranhão (Fiema/Sesi/Senai/IEL) e as entidades Faema, Fecomércio, ACM e Sebrae/MA estão acompanhado a instalação desse grandioso projeto e se fazem presentes no município, como integrantes e parceiros das estratégias da Comissão para o Plano Integrado de Desenvolvimento do Centro Espacial de Alcântara (CDI-CEA), instituída com o objetivo de formular mecanismos institucionais e tecnológicos que possibilitem a implementação e monitoramento da execução do Programa de Desenvolvimento Integrado do CEA.
As ferramentas tecnológicas são imprescindível neste momento pandêmico e ajudam a troca de informação e da gestão das empresas. Para confirmar a nova era da inovação, a CNI lançou o Observatório Nacional da Indústria, projetando dinâmica interativa em tempo real, com a maior base de dados da indústria, possibilitando a geração de inteligência industrial e antecipar futuros para os negócios. Será uma grande rede de dados instalada em todas as federações do país, proporcionando a governança de dados, conhecimento e inteligência. Um projeto para o futuro da indústria e que pode ajudar o país pós a crise epidêmica. Desde que todos tenham muito comedimento.