Número de estudantes com deficiência aumentou 144,83%
A Educação a Distância (EAD) está mudando a forma de inclusão das pessoas com deficiência no Brasil. Segundo dados do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de 2010 a 2019, o número de estudantes com deficiência no ensino superior brasileiro aumentou 144,83% e o crescimento da faixa especial inclusiva nas universidades deve-se muito à tecnologia e ao desenvolvimento da educação a distância.
“Por si só, a EAD é uma modalidade inclusiva que permite ao aluno mais autonomia”, afirma Waléria Leonel, Especialista em Atendimento Educacional Especializado e Educação Especial Inclusiva e Coordenadora do Curso de Psicopedagogia da EAD Unicesumar.
Pensando nisso, a EAD Unicesumar, entre os dez maiores grupos educacionais do país, disponibilizou para seus estudantes uma nova ferramenta, a ReadSpeaker. Essa é uma maneira simples e funcional que permite que estudantes com deficiência visual, ou com distúrbio de aprendizagem (como a dislexia), acessem o material didático.
A ReadsPeaker também faz parte do Design Universal de aprendizagem, ou seja, leva em conta a necessidade de aprendizagem de cada estudante para que o processo de ensino-aprendizagem seja completo. “Com a ReadsPeaker nossos alunos terão os estudos otimizados, além de proporcionarmos mais qualidade no ensino e experiência com nossos materiais didáticos”, afirma Waléria Leonel.
Cada vez mais a educação a distância é referência em práticas inovadoras de aprendizagem, com respeito à pluralidade e à valorização de pessoas e com compromisso com o desenvolvimento, beneficiando indivíduos com capacidade reduzida, tanto física quanto cognitiva.
“Estudantes deficientes podem, com o uso da EAD, participar de todo o processo de aprendizagem. No universo digital, todas as pessoas estão na mesma posição em relação aos colegas e aos tutores, com o mesmo conteúdo e com as adaptações necessárias, utilizando o mesmo tipo de material. Por isso, ferramentes como a ReadSpeaker são tão importantes”, diz a diretora da Graduação e Pós-Graduação da Unicesumar, Kátia Coelho.
O objetivo na Unicesumar, segundo sua diretora, é garantir a adaptação necessária para que os alunos com alguma necessidade especial possam ter assegurados os seus aprendizados. “Não diminuímos a cobrança por resultados, apenas disponibilizamos os recursos tecnológicos mais modernos e adaptados de acordo com a necessidade do estudante”, diz.
Como o aluno da EAD tem seu ritmo de aprendizagem respeitado, podendo acessar o conteúdo quantas vezes desejarem e em seu próprio tempo, os resultados são extremamente satisfatórios. “Além disso, temos ferramentas que permitem focar nos pontos mais críticos. Desta forma, o aprendizado fica totalmente nivelado: todos têm acesso ao mesmo tipo de conteúdo e esse é um dos princípios básicos da inclusão”, diz a diretora.
Algumas das funcionalidades da ferramenta ReadSpeaker são: Ouvir a leitura do conteúdo de forma fluida; Ajustar o tamanho das fontes; Escolher a tipografia e até adicionar uma régua que acompanha a leitura. Vale ressaltar que a ferramenta está disponível no Studeo para todos os estudantes, mesmo os que não nos sinalizaram que precisam de algum acompanhamento especial.
Ensino público x privado – Apesar das conquistas alcançadas nos últimos anos, não são todas as universidades que investem em tecnologia para equalizar as dificuldades das pessoas deficientes. Segundo a pesquisadora Tatiana dos Santos, a maior parte dos alunos inclusivos está inserida em universidades particulares porque não teve no ensino médio as mesmas oportunidades para que pudesse entrar em uma universidade pública.
Com o sistema de cotas, aprovado recentemente pelo governo federal, a pesquisadora acredita que haverá um outro salto na inclusão das pessoas deficientes. “Teremos um grande aumento de demanda no ensino público. As instituições irão receber recursos. O mais difícil será garantir a permanência e o desenvolvimento com sucesso desse aluno”, afirma.
No ensino particular inclusivo, a Unicesumar, um dos dez maiores grupos privados de ensino no país, vem investindo fortemente nessa área desde 2015, segundo a supervisora da área Psicopedagógica de Pessoas com Deficiência da Unicesumar, Waléria Henrique dos Santos Leonel.
As tecnologias acessíveis estão em toda a parte nos cursos da EAD Unicesumar, como intérprete de libras, software de leitor de tela e até mesmo ledores (pessoas que ajudam na leitura) e escribas para o desenvolvimento do conteúdo. Há também a possibilidade de descrição de imagens para provas, legenda de aulas no Youtube, ampliação da prova para alunos de baixa visão e ambiente acessível em todos os polos.
“A acessibilidade é um direito de todos. Nosso trabalho consiste em apresentar condições adequadas de acesso aos alunos, para que os mesmos sejam atendidos com igualdade de condições e possam concluir com êxito seus estudos. Com isso, buscamos eliminar as barreiras que dificultam o processo ensino-aprendizagem”, explica Waléria Leonel.