Ele quer ser grande empresário e deu o primeiro passo como vendedor de cocadas

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AQUILES EMIR

Todos os dias, Derisson Santos Ramos, de 25 anos, se desloca da Cidade Olímpica, um dos bairros mais populosos da periferia de São Luís, até a Avenida Beira Mar, no Centro Histórico, para vender cocadas. Seria ele mais um entre as centenas de vendedores ambulantes que se postam próximos aos sinais de trânsito para abordar motoristas com oferta dos mais variados tipos de mercadorias, mas ele tem como principal diferencial um enorme cartão de visitas no qual expressa qual é o seu sonho: ser um grande empresário, e como ele mesmo diz na sua mensagem, “tudo tem um começo”, e este pode ser o seu.

Evangélico, casado com a comerciária Jackeline, filho de pais separados, ele diz que o seu grande sonho é ser proprietário de um restaurante, ramo que já conhece, pois fez dois cursos no Restaurante Escola do Senac – de Maitre e Garçom – e já trabalhou em lanchonetes, restaurantes e por último na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), mas o projeto a curto será a montagem de uma fábrica para produzir aquilo que hoje vende, já que se abastece em empresas tradicionais e pretende lançar algo que chame mais atenção e lhe dê uma renda maior.

Derisson não revela quanto fatura por dia vendendo cocadas a R$ 2,00, mas diz que apurado no mês é suficiente para o seu sustento com a mulher, que também tem sua renda própria, e do pouco que ganha economiza uma parte, economia com que pretende atingir seu grande sonho. Ele diz que tomou essa decisão após meditar que trabalhando para os outros nunca iria juntar o suficiente para levar uma vida melhor.

Inspiração – Um dos seus maiores inspirados é Tiago Fonseca, que tem no Youtube um dos mais acessados canais de motivação, mas já se aprofundou nos ensinamentos de Briam Sher, autor do livro “O que os ricos sabem e não te contam”; Conrado Adolpho, de “O Inabalável”, além de outros especialistas em auto ajuda.

Quando criança, Derisson pensava que iria ser bombeiro ou servir o Exército, mais tarde sonhou com a advocacia, mas, desde que concluiu os cursos do Senac e passou a trabalhar, mudou de planos e fixou-se tanto na ideia de ser empreendedor que nem mesmo a vestibular ou Enem se submete, porque não quer tirar o foco do grande projeto de vida, o que não significa dizer que não retomará os estudos, até por saber que isto é fundamental para o sucesso profissional e pessoal.

Ele diz que quando tomou a decisão de deixar o emprego na AABB para ser vendedor autônomo se conscientizou que teria de fazer algo diferente para atrair pessoas: vestir-se bem, tratar a todos com educação e sempre transparecer felicidade, daí porque está sempre sorrindo, e assim a cada dia vem conquistando mais pessoas. A placa que expõe, declara, desperta muita curiosidade e já foi sondado até por um professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para dar o seu testemunho de vida e sonhos a alunos, mas o convite ainda não chegou.

Derisson diz também que para suportar a jornada de trabalho, sempre exposto ao sol, não deve descuidar da saúde e contribui muito para isto o fato de ser evangélico, ou seja, segue uma orientação religiosa que o afasta dos vícios: não bebe, não fuma e não perde noites em baladas.

Sucesso – O jovem vendedor de cocadas sabe que não é fácil se obter sucesso com rapidez no mundo do empreendedorismo, por isto todos os dias se exercita mentalmente, aprofunda sua convicção de que pode ser um vencedor e traçou como meta para chegar ao primeiro empreendimento – a fábrica de cocadas – dois anos. O restaurante será consequência do que conseguir nesta empreitada, e ele está convencido de que isto possa se dar até os 30 anos de idade.

Para começar essa nova etapa, diz que vai procurar o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para ser orientado sobre como formalizar o seu negócio e receber ensinamento sobre como empreender bem.

Ele tem convicção de que muitas pessoas compram seus poucos mais pela curiosidade do que por necessidade de consumo, e não enxerga isto como caridade, mas reconhecimento a um trabalho diferenciando que faz e por estar apontando para essas pessoas onde quer chegar.

Confiante, está convencido de que todo o seu esforço será compensado e promete, ao chegar à condição de um grande empresário, ser cada vez melhor como cidadão, empregador, contribuinte e, se possível, inspirador a outros que também sonham em empreender e ainda não deram o primeiro passo.

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