Eliziane acusa Hang de distribuir kit covid, mas empresário diz que ela está atrasada na denúncia

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Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva de empresário acusado de pertencer ao chamado "gabinete paralelo", grupo suspeito de aconselhar o presidente da República em relação à pandemia de covid-19, promovendo ideias sem comprovação científica, como o "tratamento precoce" com hidroxicloroquina e ivermectina.Em pronunciamento, à bancada, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Empresário diz que senadora estava atrasada nas denúncias

Na sua intervenção na oitiva desta quarta-feira (29) na CPI da Pandemia, senadora Eliziane Gama citou reunião de Luciano Hang com empresários realizada no município de Brusque (SC), que seria destinada a arrecadar e distribuir medicamentos do chamado kit covid (que utiliza medicamentos de eficácia não comprovada contra a covid-19). Além de Eliziane, o senador Roberto Rocha também participou da sessão, mas apenas para “marcar presença”.

No seu questionamento, a senadora pelo Cidadania afirmou que a iniciativa do empresários se caracteriza como um exercício de política pública contrária à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que exige coordenação de ações de saúde e exclui tratamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.

Hang repondeu que essa reunião se limitou à arrecadação de dinheiro. Segundo ele, “o hospital comprou os remédios e fez deles o melhor possível” e que Brusque se destacou pelos bons resultados no enfrentamento à pandemia.

Os dois ainda tiveram um estremecimento depois que Hang disse que a senadora estava atrasada em sua denúncias, já que ganhou direito de resposta do UOL e da Folha de São Paulo pelas inverdades publicadas contra ele.

Já o senador Roberto chegou a brincar, dizendo que gostaria de ser citado pelo depoente só para ter direito de resposta, já que não iria conseguir falar como inscrito.

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Luciano Hang – O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), exibiu vídeo no qual Luciano Hang lamenta que a mãe dele não tenha feito uso do “tratamento preventivo” contra a covid-19. Segundo o relator, a afirmação não corresponde com os dados do prontuário e da certidão de óbito da mãe do depoente, que indicava que a paciente tinha feito uso do “kit covid” antes de dar entrada na Prevent Senior. Para Renan, o caso caracteriza tentativa de “fraude” para não reconhecer que medicamentos sem eficácia comprovada não teriam surtido efeito.

Hang informou que a mãe dele foi diagnosticada com covid-19 no dia 28 de dezembro de 2020 e, até dia 1º de janeiro de 2021, recebeu o “tratamento precoce/inicial”. Como a situação da paciente, que tinha comorbidades, piorou e chegou a ficar com 95% do pulmão comprometido, ele decidiu pela internação na Prevent Senior após recomendações de amigos.

Ele afirmou que o “tratamento precoce” é feito na fase inicial da doença, enquanto o “tratamento preventivo” é realizado antes do contato com o vírus. De acordo com o depoente, no vídeo exibido ele afirmava que sua mãe não teria tomado os medicamentos “preventivos” antes de ser acometida pela doença.

(Agência Senado)

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