Em “coletiva de imprensa”, Lula diz que quer ser candidato

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quinta-feira o primeiro pronunciamento após a sentença do juiz federal Sérgio Moro que o condenou a nove anos e seis meses de prisão. Num encontro em que seria um coletiva de imprensa, mas que teve mais caráter de comício, ele disse que “quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara, porque na política só quem tem o direito de decretar meu fim é o povo brasileiro.” 

A “coletiva” foi chamada por Lula após a divulgação da sua condenação, feita pelo juiz da 13ª vara federal de Curitiba, Sérgio Moro, na quarta-feira (12). “Se alguém pensa que com essa sentença me tiraram do jogo, pode saber que estou no jogo”, afirmou Lula, declarando que quer ser novamente candidato pelo Partido dos Trabalhadores à Presidência do Brasil.

“Quero dizer ao meu partido que até agora não tinha reivindicado isso, mas vou reivindicar agora do PT que quero o direito de me colocar como postulante a candidato pelo PT à Presidência do Brasil”, declarou, sendo ovacionado pelo público que lotou o auditório da sede do PT Nacional, em São Paulo.

Para o ex-presidente, o golpe que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff só se completa se eles conseguirem impedir a sua candidatura em 2018. E é neste aspecto, na sua avaliação, que entra a sentença proferida por Moro. “Então a sentença de ontem (quarta-feira) tem um componente político muito forte. Sinto que há tentativa de me tirar do jogo político”, afirmou.

Sobre a condenação em si, Lula afirmou que a única prova que existe “é a prova da minha inocência” e apontou que é vítima da mentira. “O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é perceber que estou sendo vítima de um grupo de pessoas que contaram a primeira mentira e vão passar a vida inteira mentindo para justificar a primeira mentira”, declarou.

Ele ressaltou que desde o ano passado já previa essa condenação, porque, na verdade, estão condenando projeto político que ele representa.

Ausência – A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também se pronunciou e disse que uma eleição sem Lula é uma fraude. “Não aceitaremos um processo eleitoral em que a maior liderança desse país seja impedida de participar. Uma eleição sem Lula é uma fraude”, disse em discurso pouco antes da fala do ex-presidente na coletiva de imprensa na sede nacional do PT.

A senadora lembrou que injustiças – como a condenação sem provas de Lula – sempre foram o motor do Partido dos Trabalhadores. “Foi pela injustiça com o povo brasileiro que o PT chegou ao poder”, lembrou ela, ressaltando que a sentença do juiz Sérgio moro não tem base legal. “Nós estamos aqui serenos porque entendemos que o presidente Lula é inocente e indignados pela sentença que não tem base legal. E, ao mesmo tempo, prontos para fazer enfrentamento”, afirmou ela. Para a senadora, a sentença é absolutamente política e carece de provas.

O discurso foi feito antes da coletiva de imprensa do ex-presidente, que contou com a presença de deputados, senadores e lideranças do PT e de movimentos sociais. Figuras como Fernando HaddadMiguel Rossetto, o presidente da CUTVagner Freitas, o líder do MTST Guilherme Boulos, a presidenta da UNE, Marianna Dias, o escritor Raduan Nassar, entre outras, estiveram presentes prestando solidariedade a Lula.

Vagner Freitas também falou antes da coletiva. O líder sindical afirmou que será criada uma coordenação para a resistência à perseguição jurídica ao ex-presidente e que atos serão convocados em todo o Brasil. O próximo dia de lutas é 20 de julho, segundo Freitas.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins voltou a enfatizar a ausência de provas contra Lula e o menosprezo às provas apresentadas pela defesa. “A sentença despreza o depoimento de 73 testemunhas ao longo de 24 audiências, despreza provas fundamentais, e dá validade jurídica a papéis que não deveriam ter”, disse ele. “Vamos interpor o recurso cabível. Temos certeza porque a prova da inocência é cabal, declarando a inocência do presidente.”

(Com dados PT)

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