
AQUILES EMIR
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), desmontou neste sábado, numa entrevista à agência de notícias EFE a fantasia vendida ao longo da semana, por simpatizantes e membros de sua equipe de que os respiradores adquiridos na China poderiam ser confiscados pelo Governo Federal, no desembarque em Guarulhos (SP). “Não havia nenhuma indicação objetiva de que ocorreria (um confisco), mas os casos anteriores nos levaram a ter cautelas”, confessa.
Batizada de “Operação de Guerra”, a história foi narrada como um episódio dos filmes de 007, em que o Governo do Maranhão conseguiu driblar os presidentes Jair Bolsonaro, do Brasil, e Donald Trump, dos Estados Unidos, para que não ficassem com os produtos. A narrativa chega até a confessar uma conivência de fiscais da Receita Federal de São Paulo, que teriam permitido o transbordo da mercadoria sem procurarem saber do que se tratava, de onde vinha e para onde ia.
De acordo com o governador, para aquisição dos respiradores foi desenvolvida uma estratégias baseada em duas empresas brasileiras que atual no Maranhão – provavelmente Suzano e Vale – que ajudaram na logística. Ele diz que foram narradas a essas empresas as dificuldades anteriores para compra desses equipamentos, mas em nenhum momento menciona que tenha havido confiscos anteriores.
“Felizmente, essas empresas identificaram essa rota que passava pela Etiópia, e foi possível, mediante um voo que ocorreu sem nenhum problema e chegou até São Paulo. Nós recebemos a carga no aeroporto de Guarulhos, imediatamente a embarcamos em um avião fretado pelo governo do estado e a trouxemos para São Luís, exatamente para evitar qualquer contratempo. Não havia nenhuma indicação objetiva de que ocorreria (um confisco), mas os casos anteriores nos levaram a ter cautelas”, ou seja, houve mais fantasia do que fato concreto.
No que se refere a tentativas anteriores, o governador não chega a ser explícito sobre o que aconteceu.

“Nós tivemos algumas compras frustradas por uma série de razões, mecanismos formais e informais que hoje estão atuando por uma questão objetiva: há uma super demanda diante de uma deficiência de oferta. E isso faz com que um conjunto de empresas e também de governos usem uma série de instrumentos para conseguir receber esses produtos. No nosso caso, tivemos três tentativas frustradas em razão de operações de outros governos ou outras empresas”.
Bolsonaro – O governador voltou a criticar o presidente, defendendo abertamente seu impeachment após a pandemia, e diz que a tentativa de imputar nos governadores e prefeito a culpa pelo agravamento da crise econômica ado adotarem quantena em seus estados e municípios.
“O presidente da República faz uma manobra de tentar imputar aos governadores o ônus da crise econômica já instalada, no caso brasileiro pré-existente, agudizada pelo coronavírus. Ele usa a crítica às medidas sanitárias para tentar fixar o ônus da crise econômica sobre os ombros dos governadores. Isso é perverso, é uma barbaridade, é algo desleal, seja do ponto de vista das relações federativas, seja do ponto de vista das relações políticas. Gostaria muito que houvesse um outro ambiente, em que as diferenças políticas fossem substituídas pela compreensão do papel da união nacional nesse momento tão grave”.
(Com informações do UOL)