
O Maranhão já tem definidas as áreas prioritárias para mapeamento de solos a curto (zero a 4 anos) e médio (4 a 10 anos) prazos no âmbito do Programa Nacional de Solos – Pronasolos, iniciativa inédita de grandes proporções, que vai elevar o conhecimento sobre solos do território nacional. As áreas para estudo a curto prazo são Chapadinha, São Mateus, Fortaleza dos Nogueiras, São Domingos, Fortuna do Maranhão, Estreito, Porto Franco, Campestre do Maranhão, São João do Paraíso, Lageado Novo e Nova Colinas, além da microbacia do rio Balsas, cinturão verde da Grande São Luís.
As regiões a serem levantadas a médio prazo são: Bacia do rio Itapecuru, Bacia do rio Mearim e Baixada Maranhense.
A definição é resultado de reunião técnica realizada na Embrapa Cocais com a presença de representantes da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Sagrima), Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Companhia de Abastecimento dos Vales de São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Instituto Maranhense de Estudos Sócioeconômicos e Cartográficos (Imesc) e Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema).
Segundo a chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, o conhecimento sobre os solos brasileiros é, até o momento, insuficiente e em escalas não adequadas à tomada de decisão em âmbito municipal ou mesmo, estadual. Esse programa tem o objetivo de mudar essa realidade por meio da ciência e tecnologia.
“Alguns estados das regiões Sul e Sudeste têm informação mais detalhada, mas no restante do Brasil os dados mais escassos e em escalas de pouco detalhe. Na região de maior crescimento da agricultura brasileira atualmente, que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia, o que se sabe sobre os solos é muito pouco. Na reunião técnica, definimos algumas áreas prioritárias para o levantamento de solos no Maranhão, no curto, médio e longo prazos, nas escalas 1:25 mil, 1: 50 mil e 1:100 mil, explicou.
As regiões ou áreas de estudo foram selecionadas por critérios como área de expansão da fronteira agrícola, para pesquisa e/ou experimentação, de importância ambiental, sob forte pressão antrópica, com potencial para irrigação, entre outros fatores. Entre os impactos esperados no Maranhão, pode-se citar aumento da produção agrícola, aceleração do crescimento regional, aumento da oferta de empregos e incremento da transferência de tecnologia Maranhão.
“O solo, juntamente com a água, é o berço da agricultura e responsável pela fixação e do homem à terra. É o componente mais importante da produção e, a depender da forma como o tratamos, construiremos ou não um desenvolvimento em bases duradouras. É preciso conhecer melhor nossos solos, para garantirmos a sustentabilidade econômica, social e ambiental do planeta, garantindo a nossa sobrevivência e a das gerações futuras”, completou Maria de Lourdes.
PronSolos – O programa coordenado pela Embrapa Solos vai gerar dados e informações de solos, com diferentes graus de detalhamento, para conhecer os solos do Brasil e, assim, subsidiar políticas públicas e gestão territorial, promover a agricultura de precisão e apoiar decisões de concessão de crédito agrícola. Isso porque o mapeamento de solos, especificamente para as atividades agrossilvipastoris (agropecuária e floresta), vai fornecer dados para que o País obtenha ganhos de produtividade e políticas de uso eficiente de insumos, dentre eles, os fertilizantes, aumentando a competitividade e a sustentabilidade da agricultura brasileira.
Entre outras aplicações, pode-se citar o incentivo a projetos de irrigação e à estocagem de carbono para mitigar as emissões de gases de efeito estufa – por meio da manutenção ou do sequestro desse carbono no solo – e a obtenção de informações sobre necessidade de aplicação de insumos e nutrientes para a agricultura, evitando o desperdício e a contaminação das águas subterrâneas. O maior conhecimento dos solos vai permitir a diminuição das áreas degradadas, tendo em vista que novas degradações poderão ser evitadas e as já existentes, recuperadas. O programa poderá ainda, subsidiar a construção de estradas, o planejamento de cidades e a escolha de áreas de deposição de resíduos, dentre outros.
Devido às dimensões continentais do País, o PronaSolos será um programa de longa duração e está previsto para ser feito em três etapas: de curto (0 a 4 anos), médio (4 a 10 anos) e longo prazos (10 a 30 anos).