A fim de proporcionar um aumento na produtividade de grãos e melhorar a qualidade do arroz plantado no Maranhão por agricultores familiares, por meio da divulgação e validação de tecnologias sustentáveis de cultivo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmou parceria com o governo da Nova Zelândia para instalação de Unidades Demonstrativas (UDs) nos municípios Igarapé do Meio, Itapecuru-Mirim e Codó. Também participam da parceria, as prefeituras municipais, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) e associações de produtores rurais.
“Nessas Unidades Demonstrativas os agricultores familiares da região terão oportunidades de terem acesso às principais inovações tecnológicas relacionadas a cultura do arroz de terras altas, como as novas cultivares, às técnicas de plantio, controle de pragas, doenças e plantas daninhas”, esclarece o coordenador técnico do projeto, Adriano Stephan Nascente, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO).
Para o analista Carlos Martins Santiago, da área de transferência de tecnologia da Embrapa Cocais (MA), adicionalmente a estas ações estão previstos a realização de cursos de capacitação para os técnicos da região em Manejo Integrado da Cultura do Arroz. “Esses treinamentos servirão para que os assistentes técnicos e extensionistas tenham o conhecimento necessário das novas tecnologias para orientar os agricultores familiares nas principais inovações de manejo da cultura do arroz, garantindo assim a condução de lavouras de arroz de forma sustentável”.
Um outro aspecto destacado pelo pesquisador Guilherme Barbosa Abreu refere-se a algumas técnicas que são realizadas, como, por exemplo, a aplicação de sulfato de zinco foliar, na intenção de aumentar esses teores no arroz e melhorar, assim, a qualidade alimentar do grão colhido.
Arroz – O arroz no Maranhão é um produto de grande importância em vários aspectos, com destaque para o social, devido seu importante papel na segurança alimentar, e para o econômico, pelo seu potencial de geração de renda.
O estado é formado por 217 municípios, dos quais, na safra 2015/16, somam 213 que produziram arroz. Outra característica da orizicultura maranhense é que quase a totalidade do arroz produzido (98,8%) se encontra em lavouras com menos de 50 ha, o que mostra a importância social da cultura para o Estado. Em 2016, a produtividade média do arroz foi de 1.356 kg/ha, muito inferior à média nacional que foi de 4.690 kg/ha.
Essa baixa produtividade se deve principalmente ao pequeno uso de tecnologias como cultivares melhoradas, adubação, controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Isso mostra a oportunidade para a incorporação e adoção de tecnologias já disponíveis para a melhoria na produtividade e na qualidade do arroz produzido no Estado.
Dessa forma, as ações desenvolvidas pelo projeto têm potencial para proporcionar incrementos significativos da produtividade de grãos do arroz na agricultura familiar do Maranhão, de forma a contribuir incisiva para o aumento da produção de alimentos nas comunidades rurais trabalhadas e aumento da produtividade do arroz cultivado nas UDs, reforçando a capacidade técnicos para orientação dos produtores sobre o cultivo sustentável do arroz de terras altas no Maranhão.
A equipe do projeto tem como proposito estimular os agricultores que constatarem os benefícios de se utilizar em suas propriedades tecnologias sustentáveis no cultivo de arroz, melhorando a rentabilidade do produtor familiar de arroz de terras altas do estado e contribuindo para o desenvolvimento da agricultura sustentável do estado do Maranhão.
Adicionalmente, será redigido documento técnico com o passo a passo para se implantar uma lavoura de arroz de terras altas se utilizando técnicas sustentáveis de cultivo, de modo a incentivar que as ações desenvolvidas sejam replicadas em outros municípios do Maranhão.
Municípios e comunidades contemplados com as ações:
- Igarapé do Meio: Serão instaladas e conduzidas as Unidades Demonstrativas no Projeto de Assentamento Diamante Negro, onde serão beneficiadas mais de 130 famílias assentadas e organizadas em associações pelo MST – Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terras.
- Itapecuru Mirim: Serão instaladas e conduzidas as Unidades Demonstrativas no Projeto de Assentamento Cristina Alves, onde serão beneficiadas mais de 100 famílias assentadas e organizadas em associações pelo MST.
- Codó: Serão instaladas e conduzidas as Unidades Demonstrativas no Projeto de Assentamento do ITERMA: Montevideo, onde serão beneficiadas mais de 40 famílias assentadas e organizadas em associação.
Em cada região será oferecido um curso de Manejo Integrado da Cultura do Arroz de Terras Altas para, aproximadamente, 30 técnicos que atuem no município ou em municípios circunvizinhos.