De segunda a sexta-feira (23 a 27), será realizada, em Itapecuru-Mirim, o VI BabaçuTec, evento com atividades no Hotel Green Villages e Oficinas do Babaçu, quinta e sexta-feira, sobre aproveitamento do babaçu na Associação de Clube de Mães do município.
A Semana do Babaçu é uma realização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) articulada a instituições parceiras, é proveniente de recursos oriundos do antigo Ministério do Desenvolvimento Agrário (atual Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário) e da Diretoria de Transferência de Tecnologia da Embrapa (DE-TT).
Esta sexta edição está dedicado às discussões sobre inovação tecnológica, negócios, políticas públicas, agregação de valor, valorização e cidadania das quebradeiras de coco e projetos de pesquisa voltados para as demandas da cadeia de valor do babaçu. Serão realizadas mesas redondas sobre conhecimento tradicional, tecnologias e negócios para o babaçu e sobre a valorização das mulheres quebradeiras de coco e as novas gerações. Também teremos painéis sobre legislação e políticas públicas para o babaçu, além da prospecção de demandas sobre o babaçu.
Segundo a chefe-geral da Embrapa Cocais, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin, os eventos têm por objetivo discutir temas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e ações para agregar valor ao babaçu, de forma que o produto se consolide como fonte de renda para quebradeiras de coco e outros agroextrativistas, comunidades que tradicionalmente vivem do babaçu no Maranhão, e ainda agricultores familiares e industriais.
É ainda uma oportunidade para o território do Vale do Itapecuru (composto por 10 municípios: Anajatuba, Cantanhede, Itapecuru Mirim, Matões do Norte, Miranda do Norte, Nina Rodrigues, Pirapemas, Presidente Vargas, Santa Rita e Vargem Grande) mostrar suas riquezas e reunir o melhor em termos de tecnologias adequadas à realidade das famílias de agricultores familiares e de comunidades tradicionais, especialmente das quebradeiras de coco babaçu, muito presentes no território.
Segundo Guilhermina Cayres, “no BabaçuTec vamos discutir e alinhar ações de pesquisa e transferência de tecnologia para impulsionar o babaçu e seus produtos, em bases técnico-científicas, sustentáveis e negociais, com a inclusão das comunidades tradicionais, para geração de renda e melhoria da qualidade de vida das populações rurais. É preciso ouvir e dialogar os envolvidos no processo, fazê-los agentes do processo”.
Aproveitamento – O principal produto extraído do babaçu, e que possui valor mercantil e industrial, são as amêndoas, cujo principal produto derivado é o óleo cru. As amêndoas – de 3 a 5 em cada fruto -, são extraídas manualmente em um sistema caseiro tradicional e de subsistência. É praticamente o único sustento de grande parte da população interiorana, que não possuem terras nas regiões onde ocorre o babaçu. Apenas no Maranhão, a extração da amêndoa envolve o trabalho de muitos agricultores familiares, especialmente, mulheres: as quebradeiras de coco.
Mas nem só de amêndoas vivem as quebradeiras. “Do babaçu, tudo se aproveita”, é uma máxima das quebradeiras. Da farinha do mesocarpo do babaçu, faz-se pães, biscoitos, bolos, mingaus e muitas outras delícias. A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, fonte de combustível em várias regiões do nordeste do Brasil. Se queimada lentamente em caieiras cobertas por folhas e terra, a casca do babaçu produz uma vasta fumaça aproveitada como repelente de insetos.
No balanço de massa, outros produtos de aplicação industrial podem ser derivados da casca do coco do babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado, gases combustíveis, ácido acético e alcatrão.