Empresas vão receber concessão para explorar serviços no Parque dos Lençóis Maranhenses

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AQUILES EMIR

Ao participar quarta-feira (19) de uma reunião com empresários para falar das ações que estão sendo desenvolvidas para impulsionar o turismo em três parques nacionais existentes no Maranhão – Lençóis Maranhenses, Chapada das Mesas e Nascentes do Rio Parnaíba – o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, informou que um dos projetos mais avançados é o dos Lençóis, mas, mesmo assim, nada está definido sobre o que será consentido às empresas explorarem.

Segundo ele, essa definição depende da elaboração do Plano de Manejo, pois ele é que definir onde e como explorar cada área, por quanto tempo uma atividade pode ser realizada e uma série de outras medidas que precisam ser tomadas para não haver agressão ao patrimônio.

De acordo com o ministro, o Parque dos Lençóis não oferece muitos riscos com a exploração do turismo, pois trata-se de uma área onde predominam paisagens: deserto, lagoas, rios, vegetação etc, não havendo muita variedade do que pode ser ameaçado de extinção, como espécies raras da fauna e da flora, ou seja, “com um pouco mais de bom senso é possível eliminar os excessos de fiscalização”.

Segundo Sarney Filho, ao contrário do que muitos imaginam, a entrada de empresas para exploração de serviços em vez de ser uma ameaça servirá de segurança ao parque, pois cada concessionário vai se comprometer com a preservação e a não agressão ao meio ambiente.

Um dos exemplos de que isto é possível é o Parque de Foz do Iguaçu, no Paraná, onde diversas empresas exploram uma série de atividades – transportes, restaurantes, guias, comércio – e a área continua sendo uma das mais preservadas, tendo se destacado até no aumento da população de animais raros, como é o caso da onça pintada. O mesmo vai ocorrer com os Lençóis, que hoje conta com apenas quatro fiscais do Instituto Chico Mendes para monitorar toda a área, sem que estes deem conta de verificar tudo que ocorre.

Garantias – O ministro disse ainda que já esteve reunido com pequenos empresários de Barreirinhas e Santo Amaro, mas em breve serão realizadas três audiências públicas, incluindo Primeira Cruz, para definir alguns pontos que ainda geram dúvidas, principalmente sobre a preservação dos negócios de quem já está no mercado. Uma das exigências que ele pretende colocar nos editais de concessão é que pousadas, pequenos restaurantes, empresas de transporte, promotores de eventos tenham seus negócios mantidos, a fim de que uma empresa com know-how nessa área não se transforme numa predadora das ali existentes há anos.

Sarney Filho foi categórico ao afirmar que não haverá privatização de parque, apenas concessão para a iniciativa privada atuar no atendimento dos visitantes e que isto gere maior movimentação turística e um consequente aumento de emprego e renda para as comunidades locais, com capacitação de fornecedores, prestadores de serviços etc. Ele está convencido de que esta é a melhor receita para se garantir sobrevivência aos parques naturais sem impedimento de visitação.

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