Cidade precisa se preparar para grandes empreendimentos
Preparar Alcântara para receber investimentos e projetos relacionados ao Centro Espacial e direcionar o potencial social e econômico do CEA para a cidade e à população. Este é o principal objetivo do Programa de Desenvolvimento Integrado (PDI) para o Centro Espacial de Alcântara (CEA), que teve seu primeiro ciclo de resultados apresentado nesta quinta-feira (26).
No Encontro Empresarial, promovido pelas entidades empresariais Fiema (Sesi e Senai), Fecomércio (Sesc e Senac), Faema (Senar), Associação Comercial do Maranhão(ACM) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MA), teve como objetivo aproximar essas entidades dos empresários da região.
O próximo passo é apoiar o Município para alavancar seu ciclo produtivo rumo à rota do desenvolvimento.
O presidente da Fiema, Edilson Baldez, que abriu o evento representando as entidades empresariais, entregou o trabalho realizado pelo setor privado, a partir do Grupo Pensar o Maranhão.
“Esse trabalho é para todo o país. O CLA e a cidade de Alcântara são do Brasil e não apenas do Maranhão”, disse Baldez.
Para o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, os desafios de preparar a região para os investimentos que estão por vir são inúmeros nas áreas de infraestrutura, turismo, saúde, e por isso a parceria público-privada, a participação das entidades empresariais e a integração da sociedade de Alcântara é fundamental em todo esse processo.
Potencial – Segundo a AEB, a realização do potencial do CEA depende do estabelecimento de condições adequadas no município de Alcântara e em seu entorno. Esse processo inclui o desenvolvimento de infraestruturas logística, urbana, socioeconômica e de apoio às atividades espaciais.
Além disso, deve contemplar capacitação de mão de obra, desenvolvimento de competências e fomento a cadeias de valores sinérgicas, principalmente no que diz respeito à estruturação de serviços locais e de acolhimento a visitantes ao município. Destacam-se, entre as necessidades de infraestrutura: aeroporto civil, porto para cargas, terminais portuários de passageiros, instalações de hotelaria e de alimentação, distrito industrial, zona residencial, centros de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, centros de qualificação profissional.
Na apresentação Cristiano Trein, tecnologista da AEB, destrinchou o PDI, criado de forma a contemplar o atendimento de toda essa gama de necessidades.
“Surgiu a necessidade do PDI-CEA, que é o território, organizar as atividades, organizar o ambiente para que possa florescer aqui, a atividade espacial”, afirmou
Desenvolvimento – As ações do Sistema S são inúmeras no município de Alcântara. O Sesi, especificamente, contabiliza diversas ações no município de Alcântara, totalizando mais de 20 mil atendimentos na sede e nas comunidades Peru, Marudá, Peroba, Cajueiro, Pepital e Oitiua. Desse resultado, 10 mil atendimentos foram focados na área de saúde, e os demais nas áreas de qualidade de vida, educação, cultura e recreação, capacitação e promoção da saúde. Com o serviço de vacinação, o Sesi esteve presente no marco histórico de Alcântara como a primeira cidade do Brasil imunizada contra a covid-19.
O superintendente regional, Diogo Lima, reforçou que o Sesi naugurará uma unidade em Alcântara, uma estrutura moderna com salas de aula, laboratórios, área clínica de saúde, tanto a ocupacional quanto a odontológica, contemplando, ainda, um espaço para reuniões do setor empresarial.
Já o Senai desenvolveu perfis profissionais em Alcântara, promovendo cursos de qualificação profissional e aperfeiçoamento profissional nas áreas de gestão, vestuário, elétrica, mecânica e construção civil, entre os anos de 2021 e 2022. Foram 20 turmas e 340 alunos capacitados. “A próxima etapa consiste em iniciar novas turmas para a população local, ampliando o portfólio para cursos na área de energias renováveis, com vistas à transição energética”, afirmou o diretor regional do SENAI, Raimundo Arruda.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Celso Gonçalo, e o diretor superintendente, Albertino Leal, apresentaram ações em desenvolvimento para os mais de 500 pequenos negócios atuantes no município, e anteciparam ações que visam, entre outros objetivos a melhoria do ambiente legal, aumento do volume de compras públicas e da formalização de empresas, além de capacitações empresariais.
“Aqui formalizamos também a adesão da Prefeitura de Alcântara ao terceiro ciclo do Programa Cidade Empreendedora, que certamente vai potencializar as oportunidades na região”, acredita o superintendente Albertino Leal. “E demos o pontapé inicial pra construção da nova sede do Sebrae em Pinheiro, que vai ampliar e melhorar nosso atendimento em toda a região da Baixada e Litoral Ocidental Maranhense”, completou o presidente do Conselho, Celso Gonçalo.
As ações voltadas para o setor comercial foram apresentadas pela Fecomércio. O sesc realizou 837 exames pelo Saúde da Mulher, e anunciou, para 2023, formação para agentes culturais com foco na memória do patrimônio, visando contribuir no trade turístico e promover a geração de renda no município. Já o Senac, contribuiu com o programa inserindo ações de formação profissional com vistas ao desenvolvimento da cadeia de serviços locais. Foram sete turmas e 149 matrículas efetivadas em cursos nas áreas de alimentação, gestão e vestuário. Para 2023, a proposta é investir nos segmentos de gastronomia, moda, hospedagem, entre outros, com ênfase à empregabilidade e empreendedorismo local.
Entre as ações desenvolvidas pela Associação Comercial do Maranhão (ACM-MA), destacou-se as discussões para a reativação da associação comercial de Alcântara, com prestação de consultorias e análise de estatuto.
Já na área rural, a Faema e o Senar investiram um volume de recursos na ordem de R$ 131 mil reais, realizando 11 cursos envolvendo as cadeias produtivas da suinocultura, gestão da propriedade rural e, também, na área de artesanato.
A partir de fevereiro, estão previstas novas capacitações na área rural, treinamentos, para a melhoria das atividades produtivas locais, envolvendo as cadeias produtivas da fruticultura, mandiocultura, horticultura e apicultura, além de ações de promoção social, produção de alimentos e artesanato.