Estimulado pelo setor de serviços, PIB deve crescer 3,1% em 2022, segundo a CNI

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Em ritmo mais lento, indústria deve fechar ano com alta de 1,8%

Puxada pelo setor de serviços, a economia brasileira deve crescer 3,1% em 2022, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com isso, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá ficar acima do projetado pela entidade no início do ano, quando se esperava alta de 1,2%.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (6), a CNI fez um balanço da atividade econômica e do desempenho da indústria este ano, quando também traçou as perspectivas para a economia em 2023.

Segundo o gerente executivo de economia da CNI, Mário Sérgio Telles, o crescimento do PIB do Brasil em 2022 acima das expectativas se deve, principalmente, ao setor de serviços, responsável por cerca de 70% do PIB. “O que tem segurado o crescimento da economia brasileira em 2022 é o setor de serviços, que deve crescer 3,9%”, destaca.

Na avaliação de Telles, se o PIB crescer, de fato, 3,1%, a economia brasileira vai se aproximar do patamar que teria alcançado caso não houvesse pandemia da Covid-19 e se mantivesse o ritmo de crescimento observado entre 2017 e 2019, de cerca de 1,4% ao ano.

“É um crescimento significativo sobre um crescimento bastante significativo de 5% em 2021, mas que apenas traz a economia brasileira de volta para uma tendência que tinha apresentado entre 2017 e 2019”, avalia.

O comércio, que integra o setor de serviços, também deve se expandir em relação ao ano passado, mas em um movimento bem mais tímido. Segundo a CNI, a política monetária contracionista do Banco Central para conter a inflação, a partir de altas da Selic, a taxa de juros, para desestimular o crédito, também contribuiu para segurar o crescimento do setor, projetado em 0,4%.

Crescimento lento – Segundo setor que mais impacta o PIB brasileiro, a indústria deve crescer 1,8%, de acordo com a CNI. Abaixo, portanto, da média. Para Telles, este foi um ano em que a indústria “andou de lado”. “Começamos o ano com uma pequena recuperação em relação ao final de 2021, mas o ritmo de aceleração é muito lento”, destaca.

O PIB da indústria será bastante influenciado por dois segmentos: construção e serviços industriais de utilidade pública (saneamento e energia elétrica). A exemplo do que ocorre há dois anos, o primeiro deve crescer em torno de 7%. Já o segundo, explica Telles, vai subir 7,9%.

“Isso está muito ligado ao desligamento das térmicas para a geração de energia. Como o PIB é valor adicionado, as térmicas são mais caras do que a energia gerada em hidrelétricas, por exemplo. Então, quando desliga as térmicas, mesmo sem mudar o valor das contas significativamente, cai o custo, então o valor adicionado desse setor cresce fortemente”, diz.

A indústria de transformação ficará quase estagnada em relação ao ano passado. Deve crescer apenas 0,1%, segundo projeção da CNI, que também estima queda de 1% para a indústria extrativa.

Agro – Já a atividade econômica da agropecuária deve registrar queda de 1,2%. Além dos problemas climáticos que prejudicaram a safra 2021-2022, o setor sofreu com expressivo aumento de custos de insumos importantes para a produção, como é o caso dos fertilizantes, principalmente devido à guerra entre Rússia e Ucrânia.

(Fonte: Brasil 61)

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