Filho de Edison Lobão procurado pela Polícia Federal em mais uma operação da Lava Jato

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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (16) a Operação Leviatã para cumprir seis mandados de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, referentes a inquérito instaurado a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato. 

Entre os alvos da operação estão os principais envolvidos num esquema de repasse de valores a Márcio Lobão (foto), filho do senador Edison Lobão (PMDB), ex-ministro de Minas e Energia, e ao ex-senador pelo Pará Luiz Otávio. A investigação apura o pagamento de propina a dois partidos políticos, no percentual de 1% sobre as obras civis da Hidrelétrica de Belo Monte, por parte das empresas integrantes do consórcio construtor.

Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (RJ), em Belém (PA) e Brasília (DF), nas residências e escritórios de trabalho dos investigados. Eles poderão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo a PF, o nome da operação faz referência à obra O Leviatã. Nela, o filósofo político Thomas Hobbes afirmou que o “homem é o lobo do homem”, comparando o Estado a um ser humano artificial criado para sua própria defesa e proteção, pois se continuasse vivendo em Estado de Natureza, guiado apenas por seus instintos, não alcançaria a paz social.

Procurados – Os alvos são o filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA) Marcio Lobão e o ex-senador Luiz Otávio Campos (PMDB-PA). Lobão é o novo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado e também é citado na Lava Jato, por desvios de dinheiro nas obras das usinas de Angra 3 e Belo Monte, quando era ministro de Minas e Energia, no governo de Dilma Rousseff (PT).

Márcio Lobão foi na delação do empreiteiro Flávio Barra, da Andrade Gutierrez, que teria declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que deixou R$ 600 mil em espécie na casa do filho do senador. Barra teria declarado ainda que entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões em propina também foram repassados ao peemedebista pela Usina de Angra 3. O executivo prestou depoimento em setembro do ano passado na investigação judicial eleitoral aberta contra a chapa presidencial encabeçada por Dilma Rousseff (PT) e por seu vice Michel Temer (PMDB).

O juiz auxiliar Bruno Cesar Lorencini quis saber de Flávio Barra como os R$ 600 mil foram repassados para o PMDB. Ele declarou ter repassado o valor ‘em espécie’, mas que ‘não tinha disponibilidade pra entregá-lo em Brasília’. “Então, nós combinamos, então nós fizemos essa entrega na casa do filho do ministro Lobão, no Rio de Janeiro”, declarou Barra. “Márcio. Márcio Lobão.”

De acordo com o delator da Lava Jato, também houve divisão de porcentual de propina sobre os contratos de Angra 3: para o PMDB (2%), para o PT (1%)e, em torno de 1,5%, distribuído entre executivos da Eletronuclear. Barra relatou que ‘existiam dois interlocutores principais’, Edison Lobão pelo PMDB e o ex-tesoureiro João Vaccari pelo PT, ‘mas que manteve contato ainda com o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

(Com dados da Agência Brasil e UOL e imagem do Brasilcap)

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