Flávio Dino defende regulação da Inteligência Artificial e diz que dosimetria cabe ao Congresso

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Ministro defendeu legislação específica para regular IA

Ao participar nesta terça-feira (30), do 3° Brasília Summit, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino abordou temas centrais da atuação do Judiciário brasileiro, como o uso da inteligência artificial (IA) nas cortes, a tramitação de inquérito relacionado à CPI da Pandemia e o papel do Congresso na fixação de penas no direito penal. Ele defendeu regulação da Inteligência Artificial e disse que o dosimetria de penas é assunto do Congresso Nacional

Durante sua participação no evento, que reúne autoridades, especialistas e empresários para debater as perspectivas para o crescimento econômico e sustentável do Brasil, Dino destacou que ferramentas de, inteligência artificial já fazem parte do cotidiano do Poder Judiciário, sobretudo em tarefas repetitivas.

“A inteligência artificial já faz parte do dia a dia do Poder Judiciário, substituindo tarefas, sobretudo repetitivas, tarefas como fazer resumo de processos, garantir a boa movimentação do acervo, que são centenas de milhares nos tribunais superiores, são milhões no Poder Judiciário”, afirmou.

No caso do Supremo, segundo o ministro, o uso da IA pode contribuir com o andamento dos cerca de 19 mil processos atualmente em tramitação. No entanto, ele ressaltou a importância de garantir que a decisão final continue sendo humana.

“Essas ferramentas são bem-vindas, desde que sujeitas a uma moldura regulatória que garanta a imprescindibilidade da participação do juiz na decisão final”, pontuou.

Dino ainda defendeu uma legislação específica para a regulação da IA.

“Desejamos que o Congresso Nacional vote uma lei que auxilie a sociedade na implementação dessa nova fase da revolução científico-tecnológica”, afirmou. O Supremo, segundo ele, atuará dentro de suas atribuições, “fixando regras, parâmetros e aferindo a constitucionalidade dessa eventual lei”.

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Ele explicou que essa dosimetria parte de limites estabelecidos por lei e que a aplicação é feita com base em critérios previstos no artigo 59 do Código Penal. “A dosimetria sempre é compartilhada entre o legislador e quem aplica a lei”, afirmou.
Sobre a possibilidade de mudança nos parâmetros legais, Dino disse que qualquer alteração impacta o trabalho do Judiciário, mas que isso faz parte do funcionamento das instituições.
“Se o legislador vai mudar os parâmetros, que eu não sei se mudará, é claro que isso influencia na atividade do Poder Judiciário. E não há nada de errado nisso.”
O ministro também comentou parte de seu voto proferido em julgamento recente sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito. “Sempre se compreendeu, no mundo, que esses crimes exigem uma postura preventiva. Então, você pune desde a tentativa”, explicou, comparando com a severidade de penas de outros delitos, como roubo e furto qualificado.
Dino enfatizou que cabe ao Congresso refazer o debate sobre os parâmetros legais. “O Congresso pode refazer o debate? Pode. Agora, não é algo que o Supremo, nesse momento, possa opinar. Nós estamos aplicando a lei, de acordo com como ela é votada pelo Congresso Nacional”, arrematou.
(Sputnik Brasil)

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