AQUILES EMIR
O governador Flávio Dino (PCdoB) parece determinado a não manifestar apoio qualquer um dos candidatos a prefeito de São Luís no primeiro turno, a menos que surja um no consórcio dos partidos que apoiam que possa ameaçar o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) a liquidar a fatura numa rodada de votação. Apesar disso, a meia dúzia de pré-candidatos que gostariam de uma oficialização como preferido do Palácio dos Leões se esforça para ser o mais dinista de todos, e que a população perceba isso.
Nesta luta para se parecer o mais fiel aliado do governador, cada um desses candidatos vem travando uma disputa frenética nas redes sociais para mostrar quem reúne mais apoios da equipe palaciana, mas nem somados conseguem ameaçar a liderança de Braide.
O deputado federal licenciado Rubens Júnior (PCdoB), que foi tirado da Câmara Federal para assumir a Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano com a missão de se viabilizar não consegue chegar a dois pontos percentuais, mesmo tendo transformado as ações de sua pasta em exclusividade da capital, mas ainda assim tenta animar os seguidores com os apoios que vem recebendo, até agora do secretário de Direitos Humanos, Francisco Gonçalves; do presidente da Agência de Mobilidade Urbana (MOB), Lawrence de Mello, e outros, como da ex-secretária da Mulher Ana do Gás.
Em resposta, o deputado estadual Neto Evangelista (DEM), que seria o preferido do presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, e do senador Weverton Rocha (PDT), apresentou Felipe Camarão, que é secretário da Educação, como seu apoiador. Camarão, na postagem em que manifesta esse apoio, se apresenta como “homem de palavra e de partido”, daí porque apoiará Evangelista. Nesta sexta-feira(24), foi a vez do secretário de Esporte e Lazer, Rogério Cafeteira, também declarar apoio ao democrata.
Já o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), que abandonou o PCdoB ao perceber que não era bem aceito pelo núcleo duro do governo, conta com apoio do vice-governador, Carlos Brandão, que é seu companheiro de partido, e nesta quinta-feira (23) anunciou a adesão ao seu nome do reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Gustavo Costa.
O juiz aposentando Carlos Madeira, que tenta se viabilizar pelo Solidariedade, também reúne apoio de parte do secretariado de Flávio Dino, e os mais importantes são Simplício Araújo (Indústria e Comércio), companheiro de legenda, e Jefferson Portela (Segurança), que é filiado ao PCdoB, mas que os comunistas dizem estar “licenciado” da filiação, para não caracterizar infidelidade partidária.
Correndo sozinho, o deputado Yglésio Moisés (PDT), até o momento, não conseguiu convencer nenhum aliado de peso, se é que tem, a se manifestar publicamente em defesa de sua candidatura.
Outro que parece remar sozinho é o deputado federal Bira do Pindaré (PSB), cuja candidatura não deve ir muito longe, mas ainda assim tenta chamar atenção, com um raivoso discurso de esquerda.
Engana-se quem pensa que essa pulverização de apoios é uma rebeldia dos auxiliares de Flávio Dino. Trata-se, na verdade, de uma estratégia para dizer que não estava com nenhum, em caso de derrota no primeiro, turno ou que estava com todos, caso um deles, vá o segundo turno.