Flávio Dino promete espaço no seu palanque a todos aliados, de Lula a Bolsonaro

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A exemplo de 2014, quando conseguiu botar três candidatos a presidente – Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede) – o governador Flávio Dino (PCdoB) pretende abrir, em 2018, espaço a candidatos de todos os partidos que o apoiarem no projeto de reeleição, e resta a dúvida se até Jair Bolsonaro (PEN) terá vaga. Os dois já trocaram acusações e o presidenciável rejeita aliança com comunistas, embora o partido no estado esteja próximo do governo.

Em reportagem assinada João Pedro Pitombo, a Folha de São Paulo publica nesta sexta-feira (1º) as articulações de Flávio Dino para 2018. “Desta vez, o PSDB deve ficar de fora, mas a chapa comunista deve reunir partidos que passeiam por todo o espectro ideológico, do PT ao PEN, futuro abrigo do presidenciável Jair Bolsonaro”, diz o jornalista, que ouviu do deputado Juscelino Rezende (DEM) as justificativas para uma possível aliança com o governador.

“A tendência é de apoio ao governador. Ele nos disse que não vai radicalizar na eleição presidencial e dará abertura a todos os candidatos de partidos da sua base. Isso nos deixa confortáveis”, disse Juscelino Filho.

De acordo com a reportagem, DEM e o PT devem subir no mesmo palanque em três estados do Nordeste no próximo ano: Ceará, Paraíba e Maranhão. As alianças são encaradas como resultado das especificidades locais e não devem refletir no cenário nacional.

Na Paraíba, PT e DEM devem apoiar o PSB do governador Luciano Coutinho, que deve lançar o João Azevêdo como candidato ao governo em 2018 e terá apoio de petistas e democratas, ou seja, petistas vão votar no DEM e democratas votando no PT na disputa pelo Senado. O deputado federal Luiz Couto (PT) e o ex-senador Efraim Moraes (DEM) são cotados como pré-candidatos ao cargo e poderão até fazer uma dobradinha em busca dos votos do eleitor paraibano.

Petistas e democratas também estarão na mesma aliança pela segunda eleição consecutiva no Maranhão, mas em palanque oposto ao que subiram no pleito de 2014. Em 2014, PT e DEM apoiaram Lobão Filho (PMDB) contra Flávio Dino (PC do B), que acabou eleito. Quatro anos depois, vão apoiar a reeleição de Dino contra o PMDB, que lançou a ex-governadora Roseana Sarney.

O PT já faz parte da base de Dino, no qual ocupa duas secretarias, e o DEM está com negociações avançadas para integrar o governo. A aliança coincide com a filiação do ex-governador José Reinaldo, que vai trocar o PSB pelo DEM e é considerado nome forte para uma cadeira no Senado na chapa comunista.

A ideia de Dino é repetir a estratégia de 2014, quando formou uma chapa com PSB e PSDB e recebeu Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) em seu palanque. Desta vez, o PSDB deve ficar de fora, mas a chapa comunista deve reunir partidos que passeiam por todo o espectro ideológico, do PT ao PEN, futuro abrigo do presidenciável Jair Bolsonaro.

No Ceará, o DEM passou a integrar a base aliada do governador Camilo Santana (PT) desde fevereiro. Na época, o partido justificou o apoio citando medidas do governador como o corte de cargos, a aprovação de um teto de gastos e a privatização de equipamentos públicos. Mas a boa relação com governador já vinha de antes. Em 2016, o petista apoiou em Fortaleza a reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT) e ajudou a eleger Moroni Torgan (DEM) como vice-prefeito. No próximo ano, os democratas devem ser recíprocos no apoio ao petista.

Apesar da disposição em apoiar Camilo Santana, uma possível aliança deverá enfrentar resistências da Executiva nacional do partido.

 

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