Carlos Lula, que preside o Conselho dos Secretário de Saúde, foi desautorizado a participar dos debates sobre pandemia
Marcelo Queiroga dá resposta ao governador pelo Twitter
AQUILES EMIR
O governador Flávio Dino (PCdoB) teria proibido o secretário estadual de Saúde do Maranhão, o advogado Carlos Lula, que é presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), de participar, neste sábado (23), de uma entrevista coletiva no Ministério da Saúde sobre as medidas que estão sendo adotadas em nível nacional para controle da Cepa Indiana, identificada em São Luís. A informação é do ministro Marcelo Queiroga, que, pelo Twitter, respondeu a uma crítica do governador sobre a ausência do Maranhão nessa discusssão.
Em suas redes sociais, o governador escreveu:
“Incrível essa entrevista coletiva do ministro da Saúde. Ele diz que debateu sobre o Maranhão com os secretários municipais de Saúde de São Paulo e do Rio. E com o prefeito de Guarulhos. Menos com o Governo do Maranhão. É impossível até entender o que eles farão.
Somos absolutamente a favor de testagem em massa. Em TODOS os aeroportos e portos do Brasil. Lembro que tais áreas são de competência da ANVISA, segundo entendimento do Governo Federal. De todo modo, estamos prontos a colaborar, como sempre.
Diferente do que foi informado na entrevista coletiva do ministro da Saúde, por um secretário, o paciente indiano está em um hospital privado, não público”.
O ministro Marcelo Queiroga responde com uma acusação grave, pois disse que Flávio Dino proibiu Carlos Lula de participar dos debates, o que é uma interferência indireta no Conass:
“Estranho, Vossa Excelência. Ao contrário do que afirma, conversei com o secretário Carlos Lula, por telefone, e o convidei para a coletiva. No entanto, ele informou que o senhor não autorizou a participação dele. Este deve ser um momento de união. Nosso único inimigo é o vírus!”.
O secretário Carlos Lula se defende, dizendo que teria sido convidado minutos antes da coletiva começar:
“Ministro, o ideal é construirmos essas decisões entre o Ministério e os estados em conjunto. Não posso participar de uma coletiva recebendo uma ligação minutos antes dela iniciar (sic). Mas continuamos à disposição para tomarmos as decisões necessárias para o momento que vivemos”, disse.
Medidas – O ministro Marcelo Queiroga anunciou neste sábado (22) a liberação de 600 mil testes rápidos para identificar possíveis casos da variante indiana de covid-19 na cidade de São Luís. A capital maranhense registrou um caso de uma pessoa infectada com a variante nesta semana. A medida ocorre para evitar a propagação da variante pelo país.
Embora tenha sido registrado um caso da variante indiana no Brasil, de um passageiro de um navio que vinha da Índia e desembarcou no Maranhão, conforme o ministro não há indícios da transmissão comunitária da nova variante no país. O paciente foi entubado e encontra-se em estado grave e hospitalizado no Maranhão. A transmissão comunitária é uma modalidade de circulação na qual as autoridades de saúde não conseguem mais rastrear o primeiro paciente que originou as cadeias de infecção, ou quando esta já envolve mais de cinco gerações de pessoas.
“Nosso receio é que esse tipo de variante passe a ter uma transmissão comunitária, ” disse o ministro, que afirmou que está monitorando a situação do paciente e de toda a equipe que atua no caso.
“O Ministério da Saúde, no intuito de aumentar o controle e a eficiência dessas medidas de bloqueio, vai encaminhar 600 mil unidades de testes rápidos para o estado do Maranhão para que se faça um bloqueio de pacientes, de passageiros nos aeroportos e nas fronteiras do estado”, destacou.
Para efetuar a vigilância genômica, que é uma pesquisa genética capaz de verificar qual a variante do vírus, outros 2,4 milhões de testes serão distribuídos por aeroportos de todo o país e para regiões de fronteira para monitorar possíveis casos da nova variante de covid-19. Conforme o ministro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também irá auxiliar na vigilância nos aeroportos do país.