Flávio vai ter que pagar pelos seus erros, diz o presidente

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Em entrevista à agência de notícias norte-americana Bloomberg, em Davos (Suíça), onde participa do Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta quarta-feira (23) a respeito das suspeitas que recaem sobre as movimentações financeiras do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), seu filho mais velho. “Se por acaso ele errou e isso for provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar o preço por esses atos que não podemos aceitar”, disse o presidente.

A polêmica em torno de Flávio começou em dezembro do ano passado, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentação de R$ 1,2 milhão na conta do ex-assessor Fabrício Queiroz, que trabalhou em seu gabinete de janeiro de 2016 a dezembro de 2017. O senador eleito conseguiu que o Supremo Tribunal Federal (STF) paralisasse as investigações sobre o caso.

Novos trechos de relatório do Coaf mostraram que Flávio fez um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal, além de ter recebido depósitos em dinheiro fracionado em sua conta. A suspeita do Ministério Público do Rio de Janeiro é de que funcionários da Alerj devolviam parte de seus salários ao então deputado.

Venezuela – Ainda em entrevista à Bloomberg, Bolsonaro prometeu medidas econômicas rápidas e abrangentes para afastar o que ele chamou de “risco” de que a maior nação da América Latina se transforme em um regime ao estilo da Venezuela. Os planos para vender um grande número de empresas estatais estão quase prontos, e uma proposta a ser enviada ao Congresso trará cortes “substanciais” nos gastos previdenciários e estabelecerá uma idade mínima para aposentadoria, disse o presidente. Ele também afirmou que o sistema de pensão militar só seria alterado em uma “segunda parte da reforma”.

Um dia depois de um enxuto discurso que frustrou as expectativas dos investidores presentes no Fórum pela falta de detalhes sobre medidas concretas que pretende adotar, Bolsonaro disse à agência que a aprovação da reforma previdenciária que os investidores estão aguardando está praticamente certa, uma vez que a situação financeira do Brasil lhe dá pouca escolha. E repetiu o tom ideológico adotado em seu discurso desta terça-feira: “O Brasil tem que dar certo. Se não, a esquerda vai voltar e não saberemos o destino do Brasil. Talvez se torne mais parecido com o regime que temos na Venezuela.”

(Com dados de El País)

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