Ao todo, são 835 projetos solares cadastrados com 32,2 gigawatts
Mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), aponta que os projetos de grandes usinas solares fotovoltaicas cadastrados no Leilão de Energia Nova (LEN) A-5 de 2021, marcado para o dia 30 de setembro, lideram a oferta disponível para contratação pelo Governo Federal, respondendo por cerca de 35% de toda a potência disponível no certame. A expectativa da entidade é de que a energia solar seja a mais contratada no certame, com os menores preços-médios entre todas as fontes, ajudando a reduzir a conta de luz dos brasileiros.
O leilão conta com a participação de empreendimentos solares fotovoltaicos, eólicos, hidrelétricos e termelétricos a biomassa. Ao todo, foram cadastrados 1.694 projetos, totalizando 93,8 gigawatts (GW) de potência, o equivalente a mais da metade da potência atual da matriz elétrica brasileira.
A fonte solar fotovoltaica foi destaque, com o cadastro de 835 projetos, totalizando 32,4 GW de potência. O Nordeste foi a região com mais projetos cadastros, sobretudo de empreendimentos solares e eólicos, liderado pela Bahia com 498 projetos, totalizando 16,9 GW.
Para o vice-presidente de Geração Centralizada da Absolar, Anderson Garofalo, a fonte solar é uma das melhores soluções para a expansão da capacidade de geração de energia elétrica renovável do Brasil, especialmente neste período crítico de crise hídrica, nova bandeira tarifária e importação de energia.
“Com a versatilidade e agilidade da tecnologia solar, uma usina fotovoltaica de grande porte fica operacional em menos de 18 meses, desde o leilão até o início da geração de energia elétrica. A solar é reconhecidamente campeã na rapidez de novas usinas de geração”, comenta. “Por isso, se os leilões cancelados no passado recente tivessem contratado energia solar, o cenário atual estaria menos crítico”, avalia.
Segundo a entidade, a potência instalada das grandes usinas solares fotovoltaicas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) acaba de ultrapassar a soma das usinas termelétricas fósseis à carvão mineral. De acordo com mapeamento, são 3,8 GW de potência instalada da fonte solar nas grandes usinas, ante um total de 3,6 GW de termelétricas movidas a carvão mineral. Desde 2012, as grandes usinas solares já trouxeram ao Brasil mais de R$ 20,5 bilhões em novos investimentos e geraram mais de 114 mil empregos acumulados, além de proporcionarem uma arrecadação de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos.
Em 2019, a solar foi a fonte mais competitiva entre as renováveis nos dois LEN A-4 e A-6, com preços-médios abaixo dos US$ 21,00/MWh. Em julho de 2021, repetiu o feito nos LEN A-3 e A-4, com os menores preços-médios dos dois leilões, abaixo dos US$ 26,00/MWh. Com isso, a solar consolidou a posição de fonte renovável mais barata do Brasil.
Para o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, a situação crítica de escassez hídrica, com elevados reajustes tarifários na conta de luz, reforça o papel estratégico da energia solar como parte da solução para diversificar e fortalecer o suprimento de eletricidade no País, fundamental para a retomada do crescimento econômico nacional.
“As grandes usinas solares geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, esclarece. “Diante da crise e da nova bandeira de escassez hídrica é fundamental que o Governo Federal acelere a energia solar no Brasil, para diversificar a matriz elétrica e baratear a energia para a população e os setores produtivos”, acrescenta Sauaia.