Fundação Antônio Brunno ampara os pacientes de câncer do interior abandonados em São Luís

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AQUILES EMIR

A revista Maranhão Hoje que está nas bancas traz uma ampla reportagem sobre a Fundação Antônio Brunno, que há sete anos atua na assistência de pacientes de câncer e seus acompanhantes vindos do interior do Estado em busca de tratamento em não têm para onde ir. O mais emocionante dessa história é que o fundado, Antônio Brunno Pessoa, nunca conheceu um dos seus assistidos, tampouco a viu funcionar, pois faleceu nove meses depois de idealizá-la, ele também vítima de câncer.

Quem cuida da instituição é o pai de Brunno, Antônio Lima de Sousa, que passou a dedicar 100% do seu tempo a essa causa. Ele conta com apoio da esposa, Maria de Fátima, e dos filhos Antônio Denis e Adriana. Para Antônio Lima, tanta dedicação é uma forma de manter o filho vivo, pois a idEia é sua, o projeto é seu, e ele é apenas o executor. Apesar de receber pessoas de 75% dos municípios do estado, a fundação não recebe um centavo dessas prefeituras.

Antônio Lima e a esposa, Fátima: trabalho em memória do filho

O imóvel em que funciona a Fundação era uma casa residencial que foi adaptada para este fim. Fica localizada no Residencial Anil II, no bairro do Cohatrac, em São Luís. Nela trabalham 52 pessoas, sendo 12 funcionários regulares e 40 voluntários. Sua capacidade é para receber até 80 assistidos, o que dá uma média anual de 890, boa parte trazida para a capital e deixada nas portas dos hospitais, sem ter para onde ir nem o que comer.

Em dezembro deste ano, uma nova estrutura, com capacidade para até 220 pessoas, deverá ser inaugurada, um investimento avaliado em R$ 3 milhões, com edificação e equipamentos, como beliches, armários, cozinha e outros. Todo esse dinheiro é fruto de doações, feitas diretamente ou através de ações sociais. Apesar de atender gente de 75% dos municípios maranhenses, a Fundação nunca recebeu um centavo sequer dessas prefeituras e a única ajuda estatal que já teve foi um convênio com a Secretaria Estadual de Saúde para um repasse mensal de R$ 40 mil.

Fundação – A Fundação Antônio Brunno foi fundada em 2011 e passou a existir juridicamente a partir de 2012. Seu fundador é Antônio Brunno Pessoa de Sousa, que teve a inspiração em 2010, aos 22 anos de idade, quando experimentava um dos melhores momentos de sua vida. Dono de uma fábrica de rações e de uma loja para cães e gatos, possuía ainda uma chácara, onde criava cavalos. O jovem empreendedor tinha um faturamento bruto mensal na faixa dos R$ 100 mil, mas nunca deixou o dinheiro lhe criar vaidade, pois sempre teve uma vida dedicada a cuidar de outras pessoas; era engajado em movimentos religiosos da Igreja Católica e pregava o Evangelho. Um dos seus hábitos também era visitar hospitais a fim de levar conforto aos pacientes.

O presidente da Fundação Antônio Brunno diz que presença do filho em sua mente é constante e não poderia ser diferente, cuidando do que ele idealizou. Sempre que fala do rapaz não consegue controlar a emoção nem conter as lágrimas e diz que às vezes fica pensando como tantas coisas na vida do rapaz aconteceram de forma inexplicável. Ele recorda que numa das idas a São Paulo em busca de tratamento para o filho, recebeu, no quarto do hotel, o telefonema de um homem que nunca soube quem era. A ligação foi curta, apenas um recado para que fosse a Barretos, onde funciona um dos hospitais de melhor referência no tratamento de câncer no Brasil.Prevenção

Antônio Lima diz que boa parte do sofrimento de câncer no Maranhão seria amenizada se houvesse ações preventivas. Ele imagina que uma unidade móvel, bem equipada, com profissionais de ponta, poderia percorrer os municípios, principalmente as zonas rurais, para orientar e examinar pessoas, pois uma das causas de tantos óbitos e sofrimento é que a descoberta se dá com a doença em estágio avançado e muitos desistem de continuar vivendo só com o anúncio do diagnóstico.

Em muitos municípios, pacientes retornam a seus povoados e nunca buscam a cura, até porque boa parte sabe que não terá a menor condição de enfrentá-la.

A REPORTAGEM COMPLETA ESTÁ DISPONÍVEL APENAS NA VERSÃO IMPRESSA.

 

 

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