
Capacidade técnica e operacional e rápida reação para combate
Era 1807 quando tropas francesas lideradas por Napoleão Bonaparte decidiram invadir o território de Portugal e, para não perder o poder, a família real portuguesa precisou atravessar o oceano Atlântico, na transferência da corte para o Rio de Janeiro.
Esse episódio da história brasileira ocorreu há séculos, mas foi justamente a vinda da Coroa portuguesa que marcou o início de uma das mais respeitadas e reconhecidas tropas militares do Brasil: os fuzileiros navais.
Como funciona o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil – Com origem na Brigada Real da Marinha de Portugal, o Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil atualmente conta com cerca de 18 mil militares e é a força da Marinha responsável pelos combates terrestres, também especializada em guerra anfíbia, isto é, uma operação militar ofensiva cujo lançamento ocorre a partir do mar para incursão terrestre em territórios potencialmente hostis.
Quem comanda os fuzileiros navais? – Prova de tanta capacidade técnica e operacional da tropa é, segundo o comandante-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, o almirante de esquadra Carlos Chagas Vianna Braga, ela ter sido reconhecida com o nível alto da Organização das Nações Unidas (ONU) para reação rápida de combate.
“Fomos inspecionados pela ONU, foi a primeira e única [tropa a adquirir a classificação 3 no Brasil]. Além disso, atualmente somos a única disponível no mundo [com esse nível de combate], já que as outras estão empregadas em outros conflitos”, explicou, em entrevista à Sputnik Brasil.

Quem são os fuzileiros navais do Brasil? – a Conforme o almirante, idade média dos militares é de 29 anos. Eles ingressam no Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil como soldados e fazem cursos até chegarem a cabos e sargentos.
“Temos várias operações conjuntas [com outras tropas] ao longo do ano. Uma delas reúne todos os países da América, com exercícios bilaterais. Há dois meses tivemos uma atividade em Formosa, perto de Brasília, em que diversos países participaram como observadores. Agora participaremos de um exercício na Colômbia”, enfatizou Braga.
Novos blindados para missões de paz e operações urbanas – Em março, a Marinha do Brasil recebeu os quatro primeiros veículos blindados JLTV (veículo tático leve comum, na sigla em inglês).Desenvolvidos pelos Estados Unidos com base nas experiências das guerras do Iraque e do Afeganistão, eles já são usados pelos fuzileiros navais do Brasil e, segundo o almirante, estão entre os mais modernos do mundo.
Além de eventuais operações de paz, os veículos podem ser usados para operações urbanas — o contrato prevê que outros oito sejam entregues nos próximos anos. “É uma viatura excelente para trabalhar em ambientes onde há muito risco de minas e artefatos explosivos, e já recebemos duas remessas.
Ao longo dos anos, também recebemos fuzis novos, um de quarta geração, estamos com carros anfíbios de última geração, e o corpo possui um material de boa qualidade, que tem servido bem”, disse, apesar de pontuar que é feito o possível dentro da atual realidade orçamentária.

Simpósio promove encontro inédito entre fuzileiros da China e EUA – Militares de países como Argentina, China, Colômbia, Espanha, Portugal e Estados Unidos se reuniram ao longo desta semana no IV Simpósio do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), que terminou nesta sexta-feira (1) no Rio de Janeiro.
As discussões marcaram ainda o primeiro encontro entre o comandante das Forças de Fuzileiros Navais do Sul dos EUA, General David Bellon, e o Comandante do Corpo de Fuzileiros Navais da China, Almirante Zhu Chuansheng.
A Marinha do Brasil promove o simpósio a cada oito anos para fortalecer laços de amizade entre as nações, além de facilitar a troca de experiências.
(Agência Sputnik)