Flávio Dino vai ao encontro do ex-presidente Sarney para se aconselhar

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AQUILES EMIR

O que para muitos a possibilidade não passava de um delírio da corrente saudosista do sarneysmo se confirmou na tarde desta quarta-feira (26): o governador Flávio Dino (PCdoB) aproveitou sua estada em Brasília (DF) para ter um encontro com o ex-presidente José Sarney (MDB). A informação foi dada pelo próprio governador em sua conta no Twitter.

O governador, que não perde uma oportunidade para culpar o ex-presidente e sua família por tudo de ruim que ocorre no Maranhão e até mesmo no Brasil, inclusive aquilo que não consegue fazer, disse que levou a José Sarney sua preocupação com os destinos do país. “Levei a ele minha avaliação de que a democracia brasileira corre perigo”.

Desde 2010, quando venceu a primeira eleição e derrotou o Grupo Sarney, Flávio e o ex-presidentes viviam uma espécie de disputa em que um fixa os olhos no outro para ver quem consegue piscar primeiro, e Flávio Dino foi quem piscou.

O encontro teria sido uma sugestão do ex-presidente Lula com quem Flávio Dino esteve há duas semanas, em Curitiba (PR), onde o petista cumpre pena de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e com esta visita passam a ser três os ex-presidentes visitados pelo governador, já que esteve recentemente também com Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Embora manifeste preocupação agora com a crise nacional, o governador do Maranhão tem sido um dos que mais têm contribuído para criação de um ambiente de cisão entre os brasileiros, estimulando uma rejeição aos programas de governo do presidente Jair Bolsonaro, sobrando ainda farpas para seus ministros, especial Sergio Moro, da Justiça e Segurança Pública.

Sobre o que Flávio e Sarney conversaram ninguém sabe, mas uma fonte do Palácio dos Leões informou que o governador tem manifestado, nos últimos dias, preocupação com o que pode resultar do radicalismo de Bolsonaro, ou seja, até mesmo uma interrupção do processo democrático.

Há quem especule também que Flávio Dino, com esse gesto, teria sinalizado para uma convivência pacífica entre os dois grupos daqui para frente, já que teme as consequências de um possível julgamento das ações que correm contra ele na Justiça Eleitoral, e Sarney, com seu trânsito e boa vontade, poderia ajudá-lo.

As reações ao encontro foram de surpresa, principalmente entre os aliados de Dino, que não gostariam de ver esta aproximação, pois daqui para frente as coisas mudam, pois quem antes era a causa de todos os males, agora serve pelo menos para conversar.

 

 

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