O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, afastou, nesta terça-feira (28) a possibilidade de uma intervenção federal em Roraima. “Até porque vamos tratando com os remédios que temos, de forma gradual, sem invadir outras competências”, disse ele referindo-se para Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado.
A GLO ocorre quando as forças tradicionais de segurança pública não conseguem lidar sozinhas com graves situações de perturbação da ordem. A medida concede provisoriamente aos militares a faculdade de atuar com poder de polícia até o restabelecimento da normalidade.
Etchegoyen destacou que os militares não invadirão as competências estaduais. “As rodovias estaduais não são nossa competência, mas rodovias federais são. […] Entraríamos nas competências estaduais se a governadora [de Roraima, Suely Campos] tivesse pedido”. O ministro acrescentou que o decreto assinado hoje não foi fruto de um pedido da governadora Suely Campos.
“A governadora foi avisada. A reação até agora tem sido silêncio e não reconhecimento da necessidade por parte de Roraima. Não reconhece que precisa de ajuda na área de segurança ou pede ajuda naquilo que nós não temos mais condições de dar”.
No entanto, o governo do estado afirmou que o pedido ocorreu. “O Governo Federal atendeu ao pedido feito pela governadora Suely Campos, solicitado por ofício ao presidente Michel Temer, em 8 de agosto de 2017, para decretar Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na faixa de fronteira do Município de Pacaraima com a Venezuela”, disse a assessoria do governo de Roraima, em nota. A nota acrescenta ainda que a medida é “insuficiente para amenizar os impactos que o intenso fluxo migratório tem provocado em Roraima, nas áreas de segurança, saúde e educação”.
A chegada de imigrantes ao estado de Roraima nos últimos meses tem pressionado os serviços públicos e gerado tensão entre a população local e os venezuelanos que fogem da crise que afeta o país vizinho. O conflito mais recente registrado ocorreu em 18 de agosto, em Pacaraima. Logo após um comerciante local ter sido assaltado e espancado, supostamente por venezuelanos, brasileiros atacaram grupos de estrangeiros, chegando a queimar seus pertences pessoais e ameaçá-los.
(Agência Brasil)