Em São Luís, Governo do Estado e Prefeitura se afastam da disputa para a sucessão municipal

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AQUILES EMIR

Desde o restabelecimento de eleição direta para prefeitos de capital, São Luís poderá ter, este ano, a primeira disputa pelo cargo de mandatário da capital em que nem o governador do Estado nem o prefeito a ser sucedido quer se envolver. Para aliados desses mandatários, uma demonstração de que são estadistas e não colocam eleições acima dos interesses do povo; para os adversários, um reconhecimento de que temem estar a eleição praticamente definida a favor do deputado federal Eduardo Braide (Podemos) e não querem se associar a derrotados.

De acordo com nota do Palácio dos Leões sobre a posição do governador, Flávio Dino (PCdoB) não quer se envolver porque pretende respeitar todos os partidos aliados que estão com candidatos no pleito. São eles: Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (Democratas), Bira do Pindaré (PSB), Detinha (Republicanos), Rubens Júnior (PCdoB) e Carlos Madeira (Solidariedade).

“O governador respeitará todos os aliados que o apoiaram em 2018 e, por isso, não adotará nenhuma posição quanto ao 1º turno das eleições em São Luís”, afirma o Palácio em nota enviada ao jornal O Imparcial, que fez o questionamento.

Já o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), segundo um dos secretários mais próximos a ele, não pretende “contaminar” sua administração com discussão política, ou seja, como sente que vem sendo bem avaliado pela população não gostaria de associar seu nome a uma disputa movida por muitas paixões.

A população espera por Holandinha há dois anos, que aposta tudo em ...
Edivaldo Holanda e Flávio Dino optaram ficar sem candidato

Consórcio – A verdade é que o governador e o prefeito apostavam que até o mês de março estariam com um candidato competitivo que pudesse evitar uma possível vitória de Eduardo Braide ainda no primeiro turno.

Por falta de unidade e mais ainda de bom desempenho de um dos seis lançados para essa aventura, Braide continua com boa margem à frente dos seus adversários, em todas as pesquisas, em algumas pontuando mais que a soma de todos eles.

Para evitarem um mal maior, Dino e Holandinha se afastam do pleito e deixam os aliados à própria sorte. Se todos perderem, será por culpa dos próprios, porém se um deles provocar o segundo turno, o mérito será da isenção de ambos governantes e a partir daí podem azeitar suas máquinas para tentar derrotar o inimigo.

Como foram as eleições em São Luís desde 1985:

  • Em 1985, com os apoios do Governo do Estado (tímido) e da Prefeitura (declarado), Jaime Santana foi derrotado por Gardênia Ribeiro Gonçalves;
  • Em 1988, com apoio discreto do Palácio dos Leões e sem o da Prefeitura, que apoiou Jairzinho da Silva, Carlos Guterres foi derrotado por Jackson Lago;
  • Em 1992, com apoio do Governo do Estado, mas sem o da Prefeitura, que apoiou sua adversária, João Alberto foi derrotado por Conceição Andrade;
  • Em 1996, com apoio da Prefeitura e sem do Governo do Estado, que não se manifestou a favor de nenhum, João Castelo foi derrotado por Jackson Lago;
  • Em 2000, Jackson Lago se reelegeu prefeito concorrendo com João Castelo que não era apoiado por ninguém;
  • Em 2004, com apoio da Prefeitura e sem o do Governo, Tadeu Palácio venceu João Castelo;
  • Em 2008, com apoio do Governo do Estado, mas sem da Prefeitura, que apoiou Clodomir Paz, João Castelo derrotou Flávio Dino, que não era apoiado por ninguém;
  • Em 2012, sem apoio da Prefeitura e do Governo, Edivaldo Holanda Júnior derrota João Castelo, que tentava a reeleição;
  • Em 2016, com apoio do Governo do Estado e da Prefeitura, Edivaldo Holanda Júnior derrota Eduardo Braide.

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