
As indústrias de defesa que quiserem se instalar na região Nordeste poderão contar com financiamento do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) operacionalizado por bancos da região e gerenciado pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
A novidade foi anunciada nesta quinta-feira, após participação do ministro da Defesa, Raul Jungmann, na 21ª Reunião do Conselho Deliberativo da SUDENE, que contou ainda com as presenças do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, e do secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Flávio Basílio.
“Isso significa tecnologia, inovação, empregos e impostos, que é tudo o que a gente precisa para alavancar o desenvolvimento na região Nordeste”, comemorou o ministro Raul Jungmann. “A Base Industrial de Defesa responde por quase 4% do PIB brasileiro, tem faturamento de mais de R$ 200 bilhões, emprega diretamente 60 mil pessoas e indiretamente 240 mil”, completou.
As tratativas entre o Ministério da Defesa, o Ministério da Integração e a Sudene no sentido de conseguir esse incentivo para o setor foram iniciadas no final do ano passado e atendem a uma necessidade de descentralização das indústrias de defesa no país, atualmente muito concentradas nas regiões Sul e no Sudeste.
O ministro Jungmann explicou que as necessidades da Defesa Nacional estão cada vez mais voltadas para o Norte e o Nordeste por causa, principalmente, do desafio de coibir ilícitos na região de fronteira.
Desta forma, cresce a demanda por equipamentos e serviços de manutenção feitos pelas indústrias de defesa. “Além do desafio estratégico, a descentralização de nossas indústrias e essa indução para Norte e Nordeste que estamos promovendo vai gerar emprego, renda e desenvolvimento tecnológico para essas regiões”, esclareceu o ministro da Defesa.
Outro fator importante a ser levado em consideração nesse esforço da Defesa em instalar indústrias nas duas regiões está relacionado à questão da exportação, tendo em vista que o escoamento de toda a produção nacional é feito por vias aquáticas.
“A indústria de defesa não produz somente para o público interno, ela precisa exportar e, neste sentido, a região Nordeste apresenta excelentes condições de logística, com portos e com a possibilidade de associar os modais naval, aéreo e terrestre”, explicou o secretário Flávio Basilio.