Desaceleração de alta de preços foi de 0,57%
A inflação do município de São Luís, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em novembro, foi de 0,33%, apresentando desaceleração em comparação a outubro: 0,57%. No Brasil, média das 16 regiões em que é feito o levantamento também houve desaceleração na alta de preços: de 0,56%, em outubro, para 0,39%, em novembro.
O desempenho se registra após dois meses consecutivos em que a inflação da capital maranhense ficou acima da média do Brasil, mas São Luís continua tendo a mais alta inflação acumulada no ano (5,76%) dentre as dezesseis regiões de pesquisa, enquanto a menor foi detectada em Porto Alegre (RS): 3,05%.
A capital maranhense, ao lado de Belo Horizonte (MG), com 5,70%; Goiânia (GO), com 4,72%; e Campo Grande (MS), com 4,61%, estão com taxa de inflação acumulada acima do teto da meta que rege o monitoramento dos preços ao consumidor em 2024, que é de 4,50%, conforme apontado pelas autoridades monetárias brasileiras.
O centro da meta inflacionária conforme avaliação das autoridades monetárias para este ano é de 3,0%, sendo que todas as regiões de pesquisa ultrapassaram esse limite.
Crescimento – Em São Luís, desde o início do ano, a inflação acumulada em 12 meses vem em linha de subida, embora em agosto tenha apresentado sentido negativo (-0,54%), mas voltando a apresentar curva ascendente logo em seguida.
A taxa acumulada de preços em doze meses de São Luís (6,22%) é a maior desde outubro de 2022 (6,42%). No Brasil, a taxa de inflação acumulada em 12 meses vem apresentando curva ascendente após ter tido uma mudança de sentido (passando a ser negativo) no mês de agosto, quando houve um movimento de preços ao consumidor deflacionário nesse último mês citado.
Esse movimento hegemônico de subida de preços constante se deu no Brasil a partir de maio de 2024, mudando o sentido da curva, que era descendente desde outubro de 2023. No acumulado em 12 meses, com mês fechado em novembro passado, isto é, agregando-se a variação mensal de preços ao consumidor de dezembro de 2023 a novembro de 2024, o IPCA do Brasil está em 4,87%, acima, portanto, do teto da meta inflacionária operada pelo Banco Central para o ano de 2024.
Dos nove grupos de despesa que compõem o IPCA, em seis houve aumento de preços ao consumidor em São Luís no mês de novembro. Desses seis grupos de despesa, dois tiveram mais força para puxar os preços para cima: alimentação e bebidas (2,35%) e despesas pessoais (0,59%).
Chama-se a atenção para o aumento de preços no grupo de despesa transportes (0,19%), depois de dois meses consecutivos de variação negativa nos preços: setembro (-0,61%) e outubro (-0,81%). Nesses dois meses seguidos de queda, teve papel importante a queda no preço da gasolina: setembro (-2,92%) e outubro (-1,25%).
Por outro lado, dentre os grupos de despesa que tiveram impacto negativo foi habitação (-2,07%). Isso ocorreu depois de dois meses consecutivos de alta acima de 2,0%: setembro (+2,12%) e outubro (+2,75%).
A queda de preços no mês de novembro foi puxada precipuamente pelo recuo no subitem energia elétrica residencial (-6,08%), isso depois de dois meses de fortes elevações, setembro (+4,07%) e outubro (+6,33%), quando acumulou inflação de 10,70%.
A queda no mês de novembro/24 nesse subitem se deu fundamentalmente em função da mudança na bandeira tarifária do kw/h consumido, passando da vermelha patamar 2, em outubro, a mais alta de todas as bandeiras de tarifa, para a amarela, que cobra R$1,885 a
mais na conta por cada 100 kw/h consumido. A bandeira tarifária vermelha patamar 2 exige R$7,877 a mais na conta para cada 100 kw/h consumido. Outrossim, percebeu-se recuo de preço em alguns subitens, como sabão em pó (-2,44%), carvão vegetal (-1,18%) e água sanitária (-1,71%). O aumento no preço do gás de botijão (+0,91%) não foi suficiente para conter a força e o peso que tem principalmente a energia elétrica residencial no grupo de despesa habitação.
Dos cerca de 225 subitens cujos preços são acompanhados sistematicamente pelo IBGE, em São Luís, dentre os 111 com variação de alta, os com maior impacto geraram uma inflação de 0,33% foram, por ordem de poder de influência: carne costela (+14,21%), tomate (14,23%), contrafilé (+5,60%), carne alcatra (+9,52%), óleo de soja (+11,45%), arroz (+1,52%), cigarro (+13,52%), ônibus urbano (+3,19%), passagem aérea (+18,80%) e leite em pó (+2,44%).
Habitação é o grupo de despesa que tem, até o momento, maior alta acumulada em São Luís: 8,42%. Aumentos acumulados no ano em subitens como taxa de água e esgoto (31,76%), energia elétrica residencial (7,50%) e gás de botijão (11,03%) tiveram forte
influência para esse resultado.
As ocorrências nos últimos três meses com aumentos contínuos e crescentes no grupo de despesa alimentação e bebidas proporcionaram a situação de ser o segundo grupo de despesa com maior alta acumulada no ano: 7,41%.
Nos últimos três meses, o grupo de despesa alimentação e bebidas teve alta acumulada de 4,15%, contrastando com os três meses em sequência de deflação, de junho a agosto, quando acumulou queda de -2,55%.
O terceiro grupo de despesa com maior alta acumulada de preços no ano, em São Luís, é saúde e cuidados pessoais (6,0%), embora sofrendo recuo quando comparado com o acumulado até o mês de outubro (6,28%). Influências decisivas para esse comportamento no grupo de despesa saúde e cuidados pessoais vieramprincipalmente da alta de preços
acumuladas no ano em subitens como perfume (+6,29%), produto para cabelo (+11,42%), plano de saúde (+7,22%) e dentro do item produtos farmacêuticos (+7,38%), destaque para analgésico e antitérmico (+4,89%) e hipotensores e hipocolesterolêmicos (+12,42%).
Acumulado no ano: janeiro a novembro
Grupo de despesas | Brasil | São Luís |
Alimentação e bebidas | 6,44 | 7,41 |
Habitação | 3,64 | 8,42 |
Artigos de residência | 0,65 | 0,13 |
Vestuário | 1,62 | 4,00 |
Transportes | 2,62 | 4,64 |
Saúde e cuidados pessoais | 5,69 | 6,00 |
Despesas pessoais | 4,48 | 4,91 |
Educação | 6,58 | 5,28 |
Comunicação | 2,56 | 2,21 |
Geral | 4,29 | 5,76 |
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, refere-se às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange, ao todo, 16 regiões: as dez principais regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju, além de Brasília. São Luís foi incorporado ao Sistema Nacional de Índice de Preços ao Consumidor (SNIPC) do IBGE a partir de maio de 2018. Para o cálculo do índice do mês de novembro de 2024, foram comparados os preços coletados no período de 30 de outubro a 28 de novembro de 2024
(mês de referência) com os preços vigentes no período de 28 de setembro a 29 de outubro de 2024 (mês base).