
Mais de 32 mil profissionais e estudantes foram capacitados
Falar de câncer é sempre um tabu. Afinal, a doença traz insegurança e medo e, quando o câncer acomete crianças e adolescentes, o cenário torna-se ainda mais desafiador, pois a patologia não afeta apenas a saúde do menor, mas toda a dinâmica familiar. Por se tratar de uma doença complexa, que representa a primeira causa de morte por doenças na faixa etária de 1 a 19 anos, os sentimentos são intensos e vão mudando ao longo da jornada desde a descoberta, passando pelo tratamento e chegando ao pós.
Para mudar essa realidade, é necessário levar conhecimento sobre o câncer a toda sociedade, em especial, aos profissionais e estudantes da área da saúde para que fiquem atentos aos principais sinais e sintomas da doença.
Entendendo esse desafio e essa necessidade, há 15 anos o Instituto Ronald McDonald criou o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil, que tem a missão de contribuir para elevar os índices de cura do câncer por meio de capacitações e sensibilizações nesta temática.
“A conscientização sobre o câncer infantojuvenil é fundamental para nos aproximarmos dos países de alta renda, que hoje conseguem curar mais de 80% dos casos. Quanto mais cedo se realiza o diagnóstico e o encaminhamento aos serviços especializados, teremos mais sucesso no tratamento e possibilidades maiores de salvar vidas”, avalia Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald.
Desde 2008, o Instituto já capacitou mais de 32 mil profissionais e estudantes da saúde e sensibilizou profissionais da educação básica sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil. Ao todo, foram mais de 9 milhões de crianças e adolescentes, dos 0 aos 19 anos, impactados indiretamente. Além disso, 128 projetos foram executados, 281 municípios envolvidos e mais de R$ 8 milhões investidos em capacitações, que podem ser online ou presenciais.
Aliado do diagnóstico – Crianças e adolescentes passam a maior parte do tempo com professores e outros profissionais da área de educação. Esses profissionais desempenham um papel importantíssimo no processo de desenvolvimento dos alunos que é a atenção cuidadosa e individualizada a cada criança para entender suas habilidades, necessidades e interesses específicos, além de perceberem quando algo não vai bem, como ressalta Bianca:
“A escola desempenha um papel fundamental na vida dos nossos pequenos, e é por isso que é tão importante que profissionais da educação estejam sensibilizados para identificar os sintomas do câncer, quando necessário. Crianças e adolescentes passam parte considerável do seu tempo em escolas e instituições de ensino e, por isso, professores e demais funcionários podem se tornar verdadeiros aliados nessa luta. Ao estarem atentos aos sinais e sintomas, eles podem contribuir para um diagnóstico precoce e para a promoção da cura”, diz.
Desde a sua fundação em 1999, o Instituto Ronald McDonald trabalha incansavelmente para promover o diagnóstico precoce da doença, oferecer tratamento adequado e humanizado aos pacientes e suas famílias, além de investir em pesquisas e projetos que visam a melhoria contínua da qualidade de vida de crianças e adolescentes com câncer. E é com esse trabalho de conscientização que as oportunidades e chances de cura estão aumentando.
“No início do Instituto as chances giravam em torno de 35% e, atualmente, estão por volta de 64%. Nosso objetivo é atingir 80%, que é a taxa de cura nos países com alta renda. Além disso, contribuímos para a qualidade de vida e, principalmente, para reinserir a família em sua comunidade e no seu contexto. Famílias abandonam seus lares, amigos, empregos para acompanhar seus filhos na luta contra o câncer e temos a certeza de que, se não fosse pelo trabalho do Instituto junto as instituições de todo o Brasil, não teríamos conseguido atingir o as taxas de cura que temos hoje.”, afirma Bianca Provedel.
Da sentença à renovação – Foi em um exame de rotina aos 9 anos que Paola Ramos Silvestrim, hoje com 22 anos, recebeu o diagnóstico de câncer no ovário.
“Eu tinha areia nos rins e sempre fazia exames de rotina. Em um ultrassom o médico foi ver os rins e decidiu descer um pouquinho, e viu que ali, tinha um tumor no ovário já instalado, no tamanho de um limão. Eu não tinha sintomas, não sentia nada, foi uma percepção do médico que me ajudou nesse diagnóstico”, relata a jovem que entende a importância da descoberta precoce para a sua cura. Atualmente, Paola é estudante da área de saúde e se capacitou com o Programa Diagnóstico Precoce do Instituto.
De olho nos sinais – O caso da Paola teve, felizmente, um final muito feliz. E é por isso, para ampliar o olhar, que o Instituto Ronald McDonald quer expandir cada vez mais o Programa Diagnóstico Precoce em todos os locais do Brasil.
“É preciso falar abertamente e conscientizar toda a população sobre a importância de se observar os sinais, de desconfiar de sintomas comuns e aumentar o diagnóstico”, reforça Bianca Provedel que lembra que a jornada é longa:
“A jornada só é completa quando cuidamos do paciente de forma integral. E tudo começa pela iniciativa criada pelo Instituto Ronald McDonald com o intuito de levar capacitações sobre sinais e sintomas do câncer em crianças e adolescentes”, diz.
Para Francisco Neves, superintendente e fundador do Instituto Ronald no Brasil, o início do Programa representou um grande marco para a oncologia pediátrica, pois permitiu desenvolver uma ação voltada aos profissionais e estudantes da área da saúde, além de profissionais da educação básica, uma vez que falar sobre sinais de alerta sobre o câncer é pouco explorado ou até mesmo inexistente nas universidades e na Atenção Básica de Saúde.
“Os resultados do Programa refletem o sucesso das ações desenvolvidas em diversos estados brasileiros. Temos muitos relatos de profissionais de saúde e residentes de pediatria que confirmaram a suspeita de câncer em crianças e adolescentes, permitindo o início do tratamento em tempo oportuno e possibilitando um tratamento mais digno e com menos sequelas. Temos muito orgulho de dizer que contribuímos para o aumento das chances de cura no Brasil. Sabemos que esse é só o começo.”, finaliza Francisco.
Setembro Dourado – Este mês celebramos o Setembro Dourado, que é dedicado à conscientização da sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, com isso, o Instituto Ronald McDonald chega querendo ampliar ainda mais o programa e, com ele, aumentar as chances de cura, possibilitar o uso de tratamentos menos invasivos, trazer menos danos ao corpo e ajudar a controlar surtos e a disseminação da doença. Durante todo esse mês, o Instituto intensificará a campanha Doação Dourada. Para participar, basta acessar o link.
Juntos, podemos levar ainda mais conhecimento sobre o câncer em crianças e adolescentes no país.
Instituto Ronad McDonald – Organização sem fins lucrativos, o Instituto Ronald McDonald (IRM) há mais de 24 anos atua para promover saúde e bem-estar de crianças, adolescentes e suas famílias e contribui para aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil. Estruturação de hospitais especializados, hospedagem para famílias que residem longe dos hospitais, capacitação de estudantes e profissionais de saúde, incentivar a adesão a protocolos clínicos e promover disseminação de conhecimento sobre a causa, são algumas das frentes da organização. Saiba mais sobre os programas e as instituições beneficiadas e ajude o Instituto a continuar fazendo a diferença na vida de milhares de crianças e jovens que precisam de ajuda. Acesse e seja um doador você também!
