Istoé revela contrariedade de Lula com Flávio Dino e queria Haddad apoiado por Sarney, bem como operou para Weverton trair Ciro Gomes

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Flávio Dino terá de afastar do PT de Lula se quiser apoio do PDT e do DEM na eleição de São Luís, segundo projeto de Ciro e Maia

AQUILES EMIR

A revista Istoé que chegou às bancas nesta sexta-feira (28) traz como reportagem de capa uma informação que torna sem efeito a carta que o governador Flávio Dino (PCdoB) vem exibindo como se fosse uma recomendação do ex-presidente Lula aos maranhenses para que apoiem sua reeleição. Com o título “Como Lula montou um QG de campanha na cadeia”, a reportagem revela ainda como o ex-presidente operou, com oferta de dinheiro, para o deputado Weverton Rocha (PDT), candidato a senador, trair Ciro Gomes e apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad.

De acordo com a reportagem, Lula queria que Fernando Haddad fosse apoiado no estado pela família Sarney e não por Flávio Dino e teria manifestado contrariado com as articulações de Dino para tornar Ciro Gomes (PDT) o candidato dos partidos de esquerda.

Segundo a reportagem, Lula havia recebido informações de que Ciro ganhava corpo no Maranhão, pois o governador Flávio Dino (PCdoB), apesar de integrar a base aliada do PT, trabalhava com afinco para empinar sua candidatura. Dino teria sido procurado pelo deputado José Guimarães, a quem coube repassar-lhe a orientação de Lula: que ele passasse a se dedicar a Haddad.

“Dino tem que deixar de apoiar Ciro”, teria ordenado Lula de dentro da cadeia em Curitiba, onde cumpre pena por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Diz ainda a Istoé, que ao descobrir que um dos motores da candidatura de Ciro no Maranhão era o deputado federal Weverton Rocha, candidato ao Senado e presidente do diretório regional do PDT, Lula, por meio de Gilberto Carvalho (marido da senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT), destinou uma importante mensagem a Valdemar Costa Neto. “Faça chegar dinheiro à campanha de Weverton Rocha”.

O deputado, conforme informações colhidas por Lula na prisão, precisava de R$ 6 milhões para deslanchar sua campanha. Costa Neto deflagrou a operação para o envio do dinheiro ao Maranhão, num avião experimental Cirrus, da Vokan Seguros, a serviço da empreiteira Construtora Luiz Carlos (CCL), que transportou o dinheiro até São Luis. A CLC faz um trecho da BR-222, na região de Sobral (CE), uma obra do Ministério dos Transportes.

No trajeto, percorrido no dia 14 de setembro, o avião caiu com o dinheiro a bordo na cidade de Boa Viagem. Os recursos eram escoltados por um policial. Com o acidente, outros agentes foram ao local imaginando que a aeronave pudesse transportar drogas. Coube ao policial a bordo do Cirrus a tarefa de tranquilizar os colegas, dizendo-lhes que não se preocupassem com a ocorrência, pois ninguém havia ficado ferido. “O dinheiro, contudo, chegou ao destinatário final, cumprindo os desígnios de Lula: a campanha do pedetista Weverton – convertido a empedernido cabo eleitoral de Haddad”, afirma Istoé.

Mirante – Sobre a tentativa de alinhar Haddad com os Sarney, a revista diz que o objetivo não era apenas  fortalecer a candidatura de Roseana, principal adversária de Flávio Dino, mas operar a venda da TV Mirante. A família Sarney, segundo Istoé, vinha trabalhando pela eleição de Henrique Meirelles, mas a conduta mudou quando Sarney recebeu o recado de Lula, transmitido por meio de Gilberto Carvalho.

“Quero a família Sarney na campanha do Haddad”, determinou Lula da cadeia. Os Sarneys fecharam também com Lula. Resultado: Haddad cresceu no Maranhão de 4% para 36% e Ciro estagnou nos 13%.

Como contrapartida dessa relação, a família Sarney conta com a ajuda de um eventual governo petista para sacramentar um negócio que envolve a TV Mirante, que estaria sendo negociada com o Grupo Integração, de Minas Gerais. Leia a reportagem na íntegra no site da Istoé.

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