AQUILES EMIR
Em seu artigo deste domingo no Jornal Pequeno, o governador Flávio Dino (PCdoB), para enaltecer suas realizações, mais uma vez recorreu a críticas a seus antecessores, que seriam culpados pelo atraso do estado, porque, pela sua análise, ao longo desses cinquenta anos, todos foram aliados da “família que ocupou o Palácio dos Leões, diretamente ou com aliados”. Na observação do governador, todos os que o antecederam foram atores ou cúmplices da perseguição “aos prefeitos de oposição à oligarquia (leia-se Família Sarney)”, numa referência à relação entre os palácios dos Leões e La Ravardiere.
Flávio Dino não poupa ninguém, nem mesmo os identificados ideologicamente com ele, como José Reinaldo Tavares e Jackson Lago, nem àquele a quem recorreu em 2014 para selar um amplo arco de aliança partidária para viabilizar sua candidatura, João Castelo. Se tivesse feito o desconto de apenas estes, Dino teria dado um desconto de mais de dez anos no tempo em que o Palácio dos Leões teria sido ocupado por aliados de Sarney, mas o desconto poderia ser maior se debitasse os oito anos correspondentes aos governos de Pedro Neiva de Santana e Osvaldo Nunes Freire.
Ex-governador (exerceu o cargo por 11 meses), o senador João Alberto (PMDB) tomou as dores de todos os ofendidos, e disse numa entrevista a Maranhão Hoje que todos os governadores sempre foram uma espécie de “prefeitão” da capital, e isto não ocorre apenas no Maranhão, mas nos demais estados. Para ele, não precisa ir muito atrás, basta pegar do último eleito pela via indireta, João Castelo, ao último governo de Roseana Sarney para verificar, e se for o caso comparar, o que cada um fez:
João Castelo (1979 a 1982) – Sistema Italuís (transposição de água do rio Itapecuru para São Luís), Complexo Esportivo do Outeiro da Cruz (Castelão, Castelinho e Parque Aquático), Ponte Bandeira Tribuzzi, Avenida Carlos Cunha (antes Euclides Figueiredo), Avenida dos Africanos (antes Presidente Médici), Forum Sarney Costa, Conjuntos habitacionais Maiobão e Cidade Operária, Casa do Trabalhador, Hospital Carlos Macieira, Parque Folclórico da Vila Palmeira…
- Luiz Rocha (1983 a 1987) – Memorial Bandeira Tribuzzi, início da Avenida Litorânea, Estação Rodoviária de São Luís…
Epitácio Cafeteira (1987 a 1990) – Aterro do Bacanga, Projeto Reviver (recuperação do Centro Histórico), Ceprama, duplicação da Avenida dos Holandeses, caixas d´água do Calhau e Outeiro da Cruz, Kartódromo, Viaduto do Café, Parque Folclórico da Vila Palmeira, Kartódromo João Salem, Teatro João do Vale, Centro de Criatividade Odilo Costa, filho, Convento das Mercês, Ponte Hilton Rodrigues (Caratatiua)…
- João Alberto (1990) – Vala da Macaúba, drenagem da Camboa, Museu de Artes Sacras, reforma do Teatro Arthur Azevedo, urbanização do Distrito Industrial, reforma de mais de dez escolas reformadas,
- Edison Lobão (1991 a 1994) – Urbanização da Avenida Litorânea, Avenida Colares Moreira (trecho entre Renascença e Calhau), Avenida Lourenço Vieira da Silva (da Guajajaras à Uema), reforma e readequação do Teatro Arthur Azevedo, Colégio Barjona Lobão, Estaleiro Escola do Tamancão…
Roseana Sarney (1995 a 2002 e 2009 a 2014) – Viadutos do Calhau, Cohama e Cohab-Anil, urbanização da Lagoa da Jansen, Espigão Costeiro da Ponta d´Areia, UPAS (Vinhais e Araçagi), Via Expressa, Avenida Quarto Centenário, Estação do Itapiracó, Habitacionais Novo Tempo (Cohafuma, Angelim e Turu), reforma do Aeroporto Cunha Machado…
José Reinaldo – Viaduto Alcione Nazaré (Alemanha), Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, Avenida Ferreira Gullar (Jaracati a Ponta d´Areia), Universidade Virtual (Univima), reforma do Palácio dos Leões, Ponte da Estiva, estações de tratamento de esgoto do Jaracati, Aterro do Bacanga e Lagoa da Jansen…
- Jackson Lago (2007 a 2009) – Início da Quarto Centenário, construção dos habitacionais da Camboa e Liberdade…