AQUILES EMIR
A menos de cinco dias da eleição para o Conselho Regional de Contabilidade (CRC-MA), o contador João Conrado de Carvalho, que encabeça a Chapa 2, não esconde seu otimismo quanto a uma vitória com votação acima de 60% dos votos válidos, o que para ele, se for confirmada essa projeção, será uma clara demonstração de que as propostas defendidas para modernização do órgão foram compreendidas e bem aceitas. Segundo ele, há uma expectativa no seio da categoria para que haja uma boa representação da classe e ela passe a ser tão valorizada quanto outras, que conseguem se impor pela ação dos seus órgãos de representação.
A eleição será segunda e terça-feira, dias 20 e 21, pela internet, pois, apesar da decisão da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, para que a votação fosse presencial, em urnas eletrônicas cedidas pela Justiça Eleitoral, o Conselho Federal conseguiu derrubar a norma, portanto prevalecerá o voto pelo computador, modelo que já foi considerado frágil, pois cada contador recebe uma senha para ter acesso à votação, mas isto não garante que quem está votando é aquele para que recebeu, risco que vale para todos os candidatos.
Para João Conrado, a prioridade como presidente, caso sua chapa seja vencedora e ele o escolhido pelos novos conselheiros para presidir o CRC-MA, é dar ao contador uma representação que faça aumentar sua autoestima e valorizar o seu trabalho. Para isto, pretende firmar convênios com os tribunais de contas da União (TCU) e do Estado (TCE), Ministério Público, Ordem dos Advogados (OAB) e órgãos dos governos federal, estadual e municipais a fim de que o contador passe a ser lembrado e possa ser consultado, bem como questionar, medidas que afetam diretamente a sua atividade.
Uma das questões levantadas por ele é a norma que torna o profissional de Contabilidade co-responsável pelos atos de seus clientes, sejam entes públicos ou privados, o que não faz nor sentido pois quando é feita a escrituração o suposto crime já foi cometido e na maioria das vezes o contador nem sabe como a transação foi feita. O mais absurdo é querer que este denuncie seu cliente, se souber de desvios de conduta, exigência que não se faz, por exemplo, ao advogado.
Contribuição – João Conrado diz que muitas decisões na área econômica recentemente tomadas em nível estadual, pelo Poder Executivo e pelo Legislativo, poderiam ter sido melhor debatidas com os contadores, pois, afinal de contas, afetam direta ou indiretamente a atividade contábil porque prejudicam ou beneficiam seus clientes, mas para que esse debate fosse realizado alguém precisaria lembrar que existe um órgão que fala pela categoria, e se este não foi lembrado é porque não vem fazendo sua parte.
Ele diz também que os CRCs precisam ser mais atuantes junto ao Conselho Federal a fim de que este possa fazer gestões contra prejuízos causados nos estados, e se depender dele o CRC-MA vai exercer pelos representantes comprometidos com a causa dos contadores. Outra preocupação diz respeito ao nível de ensino que é dado pelas instituições que formam técnicos em Contabilidade e contadores graduados a fim de que possam sair profissionais com melhor nível de conhecimento da atividade, e isto poderá ser feito, a exemplo do que fazem a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e suas seccionais estaduais.