João de Deus vai para complexo prisional, mas defesa tenta transformar prisão em domiciliar

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O médium João Teixeira de Faria, internacionalmente conhecido como João de Deus, entregou-se às autoridades policiais de Goiás, neste domingo (16), por volta das 16h30, em área rural nas  proximidades de Abadiânia, na região central do estado. Um dos responsáveis pela rendição, o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, disse que João de Deus não apresentou resistência e que a prisão é preventiva, ou seja, sem prazo para terminar.

O delegado informou que João de Deus, de 76 anos, após depoimento será levado para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, denominado Núcleo de Custódia. Ele será interrogado ainda na noite deste domingo com base em 15 depoimentos coletados de mulheres que denunciaram diversos crimes sexuais. A sua defesa apresenta nesta segunda-feira (17) pedido de habeas corpus para que cumpra em casa a prisão preventiva.

De acordo com o delegado, será um interrogatório longo. Pela prática, cada caso será questionado separadamente, o que deve levar horas. “Essa ação da Polícia Civil demonstra a seriedade. Em momento algum nós nos furtamos”, disse André Fernandes. “É o momento de a Polícia Civil confeccionar suas provas. Temos uma polícia séria e um Poder Judiciário sério. As vítimas que queiram procurar [a polícia], podem procurar.”

André Fernandes admitiu que o médium pode ser beneficiado em decorrência da idade elevada e do estado de saúde. Segundo o delegado, são benefícios assegurados na lei. Porém, ressaltou Fernandes, há semelhanças entre os depoimentos envolvendo vários suspeitas de crimes.

“Contra costumes diversos, mediante fraudes, várias tipologias pela equipe e que, ao final, teremos uma posição mais clara”, afirmou o delegado.

Após coletar 15 depoimentos, André Fernandes disse que há fortes indícios de culpa por parte do médium. “O que chama mais atenção é a singularidade de comportamento. Nesses depoimentos há um ato comum, um modus operandi [modo de agir] comum. A gente percebe uma igualdade de comportamento.”

Para o delegado, “é difícil” ocorrer uma acareação entre as mulheres e o médium, embora a possibilidade exista. Ele disse que voluntários e funcionários da Casa DomInácio de Loyola, denunciados por cumplicidade, serão ouvidos.

Pela experiência, Fernandes afirmou que, após a prisão de João de Deus, a tendência é de mais denúncias surgirem. O delegado lembrou que, antes das acusações que vieram à tona no programa Conversa com Bial, há três denúncias em investigação. Questionado sobre as denúncias, André Fernandes foi objetivo ao definir o conteúdo. “[Temos] vários depoimentos, o que reforça o comportamento de abuso.”

(Agência Brasil)

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