Jornalistas são intimidados e agredidos por simpatizantes de Lula

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Durante todo o dia deste sábado (07), profissionais de imprensa foram ameaçados, intimidados e até agredidos por simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando faziam cobertura de sua prisão em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.

Para se protegerem, repórteres deixaram de usar microfones com logomarcas de suas emissoras, mas, mesmo assim, quando identificado, eram retirados dos seus locais de trabalho e impedidos de trabalhar.

Apesar da violência, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) não se pronunciou, apenas emitiu nota, sexta-feira (06) sobre os episódios do dia anterior, e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo criticou a violência, mas responsabilizou as empresas pela insegurança dos seus profissionais, por adotarem linha editoral hostil ao PT e a favor do presidente Michel Temer.

A repórter Joana Treptow foi alvo de um ato de violência na tarde deste sábado (7), enquanto acompanhava a expectativa pela saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Confira o momento o no vídeo abaixo:

Repórter da Band é agredida ao vivo por apoiador de Lula

Eis a nota do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo:

Diante das intimidações e agressões sofridas por algumas equipes de reportagem na cobertura da prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo  (SJSP) tem o dever de informar e esclarecer o que segue:

1 – Condenamos qualquer tipo de violência contra os jornalistas, que são trabalhadores em pleno exercício profissional. Qualquer agressão ou tentativa de censurar esses profissionais é incoerente com a nossa defesa da democracia, e das liberdades de imprensa e de expressão;

2 – Condenamos que algumas pessoas que querem protestar contra os meios de comunicação o façam agredindo os profissionais – mesmo com todo o espaço que a organização da manifestação, a partir da CUT, deu publicamente para a questão do respeito aos jornalistas;

3 – Registramos que, desde quinta-feira à noite (05), dirigentes do SJSP estiveram presentes junto à imprensa, dialogando com os manifestantes e intervindo sempre que possível, além da realização de plantão de apoio. Registramos, ainda, que no final da tarde deste sábado (07), conversamos com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que reafirmou que sua posição é a de garantia de respeito ao trabalho de todos os jornalistas em suas dependências;

4 – Essa situação lamentável é resultado também da política das grandes empresas de comunicação, que apoiam o golpe, e que adotam uma linha editorial de hostilidade contra as organizações populares.

5 – Tais empresas apoiam as medidas antipopulares de Michel Temer (MDB) e querem aplicar as “reformas” contra os seus trabalhadores. Hoje mesmo, os jornalistas de Rádio e de TV do estado de São Paulo estão sem piso salarial e outros direitos, desde 20 de janeiro. As empresas também querem cassar a cidadania de seus jornalistas, achando que podem impedir que os profissionais expressem livremente suas convicções políticas (nos perfis pessoais de redes sociais, ou em manifestações);

6 – Para impedir que casos de agressão e tentativas de censura se repitam é preciso que se retome a  democracia, o que só será possível com Lula livre e com a garantia de o povo brasileiro poder votar legitimamente nas eleições de 2018.

7 – Consideramos que o Sindicato e a categoria precisam discutir rapidamente novas medidas de proteção ao nosso exercício profissional.

  • São Bernardo do Campo, 7 de abril de 2018.
  • Direção – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

Eis a nota da Federação Nacional dos Jornalistas:

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) mais uma vez vem a público repudiar toda e qualquer forma de violência contra jornalistas. Na noite de ontem, 5 de abril, mais de um profissional foi agredido e/ou hostilizado e/ou ameaçado, enquanto estava no exercício de sua profissão.

Em Brasília (DF), equipes do jornal Correio Braziliense e do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) foram vítimas de manifestantes que participavam de ato em frente à sede da Central Única dos Trabalhadores. Cerca de 30 manifestantes avançaram sobre o carro do Correio Braziliense e quebraram os vidros do veículo. Ninguém da equipe ficou ferido. Manifestantes também ameaçaram uma equipe do SBT e um repórter fotográfico da Agência Reuters, que estavam no local.

Em São Bernardo do Campo (SP), o jornalista Nilton Fukuda, repórter da Agência Estadão Conteúdo, e a jornalista Sônia Blota, da Band, foram agredidos ao registrarem manifestações em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ambos foram atingidos por ovos jogados pelos manifestantes.

A FENAJ reitera que agressões a jornalistas são injustificáveis. Também reafirma sua defesa das liberdades de expressão e de imprensa e do Jornalismo como atividade essencial à democracia e à constituição da cidadania.

Não há verdadeira democracia sem Jornalismo e não há Jornalismo sem jornalistas.

  •  Brasília, 6 de abril de 2018.
  • Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.

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