Ex-presidente Lula vai realizar caravana no Nordeste, da Bahia ao Maranhão

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia a partir de 17 de agosto vai dar início a uma caravana de 21 dias pelo Nordeste, começando pela Bahia e terminando no Maranhão, mas ainda não ficou claro se ele virá a São Luís ou somente no interior.

“Estou começando uma caravana e vou passar por dez estados. Depois quero ir ao Sul, Sudeste e ao Norte para ver como eles estão estragando esse país que nós conseguimos fazer crescer, ter autoestima e que está em decadência. Todo dia que deito, penso na situação que está o país e em como o deixamos. Quero viajar o Brasil todo de ônibus e de ônibus, de carro, de trem, de barco para que a gente possa ter acesso ao povo”, declarou o ex-presidente.

O ex-presidente lembrou que uma das maiores experiências da sua vida pública foram as caravanas realizadas entre 1992 e 1993. Para o ex-presidente, essas foram “as maiores aulas de sua vida sobre o Brasil”. Ele afirmou que a caravana acontece independentemente de candidatura. “O PT tem que decidir se eu sou candidato. Se eu não for, serei um bom cabo eleitoral. Nada vai me fazer esmorecer. Ninguém me fará baixar a cabeça nesse país”.

Eleições 2018 – Lula criticou, mais uma vez, a forma como a imprensa e setores da sociedade e do Judiciário têm usado a Lava Jato como instrumento para tentar inviabilizar sua candidatura à Presidência da República. “Se eles não querem que eu seja candidato, essa não é a melhor forma. Eles precisam arrumar candidatos bons de outros partidos para ganhar de mim as eleições. Essa seria a coisa mais honesta e bonita para o Brasil. Quem não morreu de fome aos cinco anos não tem que ter medo de mais nada”, declarou.

Lula defendeu que o PT busque, em âmbito nacional, alianças com partidos progressistas e de esquerda e que se posicionaram contrários às reformas trabalhista, previdenciária e aos retrocessos do governo golpista. “As alianças têm que ser com partidos que tenham compromisso em melhorar a vida do povo brasileiro”.

Questionado sobre a situação do presidente golpista Michel Temer – primeiro presidente denunciado da história do país e o mais rejeitado segundo Ibope de quinta-feira (27) – Lula defendeu que, se ele tiver preocupação com os brasileiros, deveria convocar eleições diretas.

“Temer é resultado de um golpe. Ele deveria mandar pessoalmente uma medida provisória convocando eleições diretas para que o povo pudesse escolher livremente quem vai governar o Brasil”.

Bloqueio de bens – Lula ainda falou sobre mais um capítulo da perseguição feita pelo juiz Sérgio Moro a ele: o bloqueio de suaprevidência privada. Em uma decisão considerada arbitrária por juristas de todo país, Moro bloqueou os bens do ex-presidente e também sua aposentadoria privada do Banco do Brasil a partir de um processo do MPF que corria em segredo de justiça ao qual a defesa de Lula nunca teve acesso.

“Tenho 76 palestras feitas no exterior. Então o dinheiro entrou pelo Banco Central e foi depositado no Banco do Brasil. Não tenho conta na Suíça e essa é a certeza de minha honestidade. Depositei na previdência para garantir a sobrevida de minha família. Na época, Bill Clinton e eu éramos os dois mais importantes conferencistas do início do século XXI. Lamento não fazer mais palestras por conta dessas perseguições. Mas não tenho que explicar nada. Moro que precisa explicar porque bloqueou minha previdência”.

(PT)

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