Pesquisa divulgada pelo Ibope nesta quinta-feira (20) mostra que o ex-presidente Lula (PT) voltou a ser o presidenciável com maior potencial de voto entre nove nomes testados pelo instituto. Pela primeira vez desde 2015, os eleitores que dizem que votariam no petista com certeza somaram 30% e os que poderiam votar são 17%, ou seja, uma soma de 47%, praticamente um empate com os 51% que não votariam de jeito nenhum.
Ainda de acordo com o Ibope, desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, há um ano, a rejeição a Lula caiu 14 pontos.
Por outro lado, os três principais prováveis candidatos do PSDB viram seu potencial de voto diminuir. Desde outubro de 2015, a soma dos que votariam com certeza ou poderiam votar no senador mineiro Aécio Neves despencou de 41% para 22%; no senador paulista José Serra, de 32% para 25%; e no governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de 29% para 22%. Eles têm ainda rejeições superiores à de Lula: 62%, 58% e 54%, respectivamente.
O Ibope testou pela primeira vez o potencial do prefeito de São Paulo, João Doria, em uma eleição para presidente. Embora seja muito menos conhecido do que seus colegas de PSDB (44% de desconhecimento, contra 24% de Alckmin e 16% de Serra e Aécio), Doria tem 16% de eleitores potenciais (6% votariam com certeza). Mas sua vantagem é ter uma rejeição muito menor que a dos concorrentes dentro do partido: 36%.
Principal adversário de Dilma na última disputa presidencial, Aécio sofre desgaste até nos segmentos em que foi vitorioso. Desde outubro de 2015, seu potencial de voto no eleitorado de renda mais alta (acima de cinco salários mínimos) caiu de 44% para 26%. Na região Sudeste, um de seus redutos, a taxa caiu de 42% para 23%.
Assim como os nomes tradicionais do PSDB, a presidenciável Marina Silva sofreu redução de potencial de voto e aumento da rejeição. Agora, um terço dos eleitores a indicam como possível opção – eram 39% em 2015 e há um ano.
A pesquisa foi feita antes de vir a público a lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, com as delações de executivos da Odebrecht que acusaram o ex-presidente de corrupção, junto com dezenas de outros políticos. Se a divulgação das denúncias prejudicou a imagem de Lula (e de outros denunciados), não houve tempo de isso ser captado pelo Ibope.”
(Do Brasil 247 com informações de Daniel Bramatti e José Roberto Toledo no Estado de S.Paulo).