Mães de crianças com microcefalia falam de suas experiências na Casa de Ninar

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O Zika vírus não costuma se manifestar de imediato em quem está infectado. Os sintomas vão aparecendo gradativamente, como dor de cabeça, dor no corpo, febre, entre outros. Essa doença causa medo em grande parte da população, principalmente em grávidas. Isso se deve ao fato de a mãe, que infectada, poder gerar uma criança com microcefalia. É o caso de Regina da Silva Santos. A dona de casa tem 22 anos, é casada e tem um filho. Michel foi diagnosticado com microcefalia quando a mãe ainda estava no quarto mês de gestação.

Atualmente, com dois anos de idade, ele frequenta a Casa de Apoio Ninar, localizado em São Luís. A proposta da casa é cuidar de bebês e mães com a patologia. Regina mora na cidade de Mata Roma, a 280 quilômetros da capital. Ela conta como é ter esse tipo de ajuda.“Ele tem me ajudado em muitas coisas. E a importância dele para mim é, aliás, não tem nem explicação. É conhecer os profissionais dessa área que são muito dedicados a eles, muito dedicados às mães, por ter ajudado, né? E aí tem ensinado várias coisas para mim. Eu não sei nem como agradecer, eu não tenho palavras para agradecer esse pessoal daqui”, comenta a dona de casa.

O Projeto Ninar existe desde 2015 e, em julho deste ano, foi inaugurada a Casa de Apoio, onde são realizadas diversas atividades com as crianças que frequentam o local. Especialistas como neuropediatras, oftalmologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, entre outros, são encontradas por lá.

Índices da doença – São Luís reduziu os números de casos das três doenças transmitidas pelo mosquito. Segundo o coordenador do Programa de Combate à Dengue, Pedro Tavares, em 2016 foram registrados 4.738 casos de Dengue; 2.817, de Zika e 2.263, de Chikungunya. Neste ano, foram 976, 220 e 355 respectivamente. Ações para fiscalização de lotes e imóveis são realizadas para buscar alguns possíveis focos.

Casa realiza tratamento em crianças com microcefalia

De acordo com Pedro, 92,4% dos casos de infestação no município vêm das residências. Ele explica como evitar que isso aconteça.“Tenha muito cuidado com qualquer tipo de reservatório artificial. Busque exatamente o seguinte: pegar essa água e cobrir de maneira adequada. A questão de uma garrafa, por exemplo, tem morador que ainda espera 60 dias para poder tirar uma água de uma garrafa e emborcar. Não precisa esperar o agente da Dengue passar em sua casa, não. Ele simplesmente pode fazer isso de uma maneira muito fácil”, explicou o coordenador.

A administradora Vitória Pires, 51 anos, é divorciada, mãe de quatro filhos e moradora do bairro Olho D’água, em São Luís. Ela teve Dengue em 2012 e Zika, em 2015. Por morar em um sítio, ela acredita que mesmo cuidando do local onde vive, não é possível prever uma possível infecção. Ela comenta que sentiu os sintomas da Zika mesmo após a cura. Vitória teve muita ajuda da família com os cuidados em relação à doença.

Por conta disso, a administradora sempre fiscaliza a residência para que não exista algum tipo de criadouro. Ela nos conta um pouco sobre o que faz para cuidar de casa.“Tem que se conscientizar. Todo mundo, ao invés de usar um copo descartável, usar um copo de vidro, que aquele copo descartável vai ali no lixo, ele voa, fica por ali, enche de água, uma garrafa de refrigerante, uma tampinha de refrigerante, ela também pode criar o mosquito ali dentro. Aqui na minha casa eu faço isso, eu evito usar coisas descartáveis por isso, copos, pratos, porque acaba que fica alguma coisa, a gente perde o controle”, afirma a administradora

Faça parte dessa luta. Não deixe que o mosquito se prolifere. Verifique acúmulos de água em pneus, latas, vidros, garrafas, vasos de flores, pratos de vasos, caixas d’água, tampinhas de garrafas, entre outros. Participe também. Lembre-se de que um mosquito pode prejudicar uma vida. E o combate começa por você. Para mais informações sobre o assunto, acesse: saude.gov.br/combateaedes.

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