Pará e Mato Grosso concentram, juntos, 60% do desmatamento
A Amazônia Legal teve 810 km² de seu território desmatado em março de 2021, e o Maranhão contribuiu com 6% dessa destruição, de acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) obtidos via Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) – que monitora via satélite as áreas desmatadas na região. Dados revelam que houve aumento de 216% de desmatamento em relação ao mesmo mês no ano passado, quando o desmatamento somou 256 km², e a área desmatada representa o maior valor da série histórica dos últimos 10 anos referente ao mês de março.
O estado do Pará e do Mato Grosso, juntos, concentram 60% do desmatamento detectado na Amazônia Legal em março de 2021. O percentual de desmatamento por estado é o seguinte:
- Pará (35%)
- Mato Grosso (25%)
- Amazonas (12%)
- Rondônia (11%)
- Roraima (8%)
- Maranhão (6%)
- Acre (2%)
- Tocantins (1%).
O acumulado de janeiro a março em 2021 também apresenta recorde de desmatamento: o total desmatado é o maior da série de 10 anos, mais do que o dobro do registrado em 2020.
De acordo com o SAD, em março de 2021, 66% do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse, representando a maioria do território desmatado. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (22%), Unidades de Conservação (11%) e Terras Indígenas (1%).
Na análise do desmatamento em Unidades de Conservação (UCs), foi constatado que sete UCs do ranking das dez mais desmatadas estão localizadas no estado do Pará: APA Triunfo do Xingu (PA), FLONA do Jamanxim (PA), APA do Tapajós (PA), FLONA de Altamira (PA), FLONA de Itaituba II (PA), REBIO Nascentes da Serra do Cachimbo (PA), RESEX Rio Preto-Jacundá (RO), ESEC da Terra do Meio (PA), RESEX Jaci Paraná (RO) e REBIO do Gurupi (MA).
Degradação – As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 64 km² em março de 2021, o que representa um aumento de 156% em relação a março de 2020, quando a degradação detectada foi de 25 km². Em março de 2021 a degradação foi detectada em Rondônia (39%), Mato Grosso (36%) e Pará (25%). A degradação é caracterizada pela extração seletiva das árvores, normalmente para fins de comercialização de madeira, e pelas queimadas.
Monitoramento da Amazônia – O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de satélite para monitorar a floresta. Além do SAD, existem outras plataformas que vigiam a Amazônia: Deter, do Inpe, e o GLAD, da Universidade de Maryland. Todas essas plataformas são importantes para a proteção do nosso patrimônio ambiental, pois garantem a vigilância da floresta e a emissão de alertas dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam a subsidiar os órgãos de controle ambiental a planejar operações de fiscalização e identificar desmatadores ilegais.
(Com informações do Imazon)