
Sistema busca órgãos para atender todos pacientes
O Maranhão tem mais de mil pessoas na lista de espera por um transplante de órgão, seja rim, córnea, fígado, pâncreas, coração, pulmão, pâncreas e multivisceral. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Ministério da Saúde, que decidiu vir a público esclarecer como funciona o sistema de doação depois da polêmica surgida com o procedimento a que se submeteu o apresentar Fausto Silva, o Faustão, no último fim de semana.
A visibilidade dada ao assunto trouxe dúvidas, desconfianças e uma boa carga de desinformação em torno do tema. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, concedeu entrevistas e publicou um fio em seu perfil de Twitter. Ela lembrou que só no primeiro semestre houve 206 transplantes de coração no país, aumento de 16% em relação ao do ano passado.
Pelas estatísticas do sistema, a maioria das pessoas consegue um coração em até três meses. O tempo atual de espera é de menos de um mês para 27,5% das pessoas que estão na lista e de um a três meses para 24,8% dos pacientes.
“Temos no #SUS o maior sistema público de transplantes do mundo, que atende com igualdade a qualquer paciente, da rede pública ou privada”, disse a ministra, e defendeu a doação de órgãos. “Um doador pode salvar até oito vidas. Fale com sua família, só ela pode autorizar a doação e precisa saber de sua intenção”, completou.
Regulamentação – Para ajudar a desmistificar imprecisões, a coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Daniela Salomão, explica conceitos técnicos e requisitos que ajudam a garantir que não haja privilégios na lista de quem espera por um órgão.
“Os critérios que definem quem vai receber os órgãos são únicos. Dependem da condição clínica daquele paciente, da tipagem sanguínea, de peso, altura, idade, tempo que está em lista e critérios de gravidade”, explicou, lembrando que a proximidade geográfica também é determinantes, porque alguns órgãos, como coração e pulmão, precisam ser transplantados em no máximo quatro horas.
Segundo ela, “os pacientes entram na lista de acordo com a informação fornecida pelas equipes de transplante, quando elas inserem os dados daquele paciente no sistema. Ao longo do tempo, pode ser que o paciente piore ou melhore, e nessa mudança de status do paciente é necessário que a equipe atualize o sistema”.
Sobre os critérios técnicos e de gravidade que movem o paciente em cada lista de doação no país, ela diz que “o sistema trabalha para encontrar o melhor órgão possível para a necessidade de cada paciente. E são esses critérios técnicos que vão permitir esse casamento entre a necessidade do paciente e o órgão doado”.