AQUILES EMIR
Quem já foi conhecer as obras de requalificação do Complexo Deodoro, inauguradas neste sábado, sofre um impacto quando percorre de ponta a ponta as alamedas Silva Maia e Gomes de Castro, pois perceberá que, para criar esse novo ambiente urbanístico, o Parque Urbano Santos, onde ficam o Liceu Maranhense, o Ginásio de Esportes Costa Rodrigues e outras instituições, ficou prejudicado com a absorvição de boa parte do comércio ambulante removido das praças do Panteon e Deodoro.
Com o descaso a que foram condenadas as duas praças, o comércio ambulante tomou conta desses espaços públicos, que foram transformados em feira a céu aberto, com todo tipo de comércio, de confecções a bata-frita, passando por mercadorias pirateadas, ervas medicinais, bancas de jornais e outros, situação agravada quando a Prefeitura transferiu boa parte dos camelôs da Rua Grande para a Deodoro.
Para que as praças fossem requalificadas, os ambulantes foram retirados e levados para as áreas frontal e lateral do Liceu Maranhense, onde se acumula muita sujeira. Quem passa pelo local sente o cheiro forte de urina e até fezes, já que foram transformadas também em “banheiros públicos”.
Até o momento a Prefeitura ainda não indicou qual solução definitiva para esses comércio desorganizado. Outra parte está acomodada na lateral antigo Colégio Marista, onde hoje funciona uma unidade do Instituto de Ensino Tecnológico do Maranhão (Iema), na Rua do Outeiro.
Segundo o proprietário de uma das bancas de revistas, que pediu anonimato, quando foram transferidos para esses locais, havia a promessa de que após a reforma das praças alguns retornariam, mas pelo visto isto não ocorrerá, já que não foram construídos quiosques, tampouco há qualquer processo de seleção dos ambulantes que poderão retornar. Para ele, pelo menos as vendas de jornais, revistas, livros etc deveriam retornar, bem como venda de água, refrigerantes e outros.
De fato, apesar de todo o esplendor, chama atenção não haver nessa imensa área reformada um ponto comercial com estas características, como há em todos os espaços públicos do mundo.
A falta de uma definição preocupa também alunos e professores do Liceu Maranhense, pois o estabelecimentos de ensino, um dos mais tradicionais do Maranhão, está prejudicado com a feira no entorno, que atrai muita sujeira, poluição sonora etc. O odor é tão forte que chega a incomodar dentro das salas de aula, não bastasse o barulho tirar concentração das aulas.